Em reunião realizada nesta segunda-feira (11) à noite na Loja Maçônica Fraternidade Itabelense, cafeicultores fizeram uma avaliação dos resultados da manifestação realizada na última quinta-feira (7), quando a BR101 foi interrompida em protesto e advertência com relação à grave crise instalada na cafeicultura, e discutiram pontos relevantes para alinhamento da pauta a ser formalizada e encaminhada ao governo do estado nesta terça-feira (12), objetivando a audiência já agendada para o dia 20/11/2013 às 09:00 horas na Governadoria, em Salvador/BA.
Pontos para a pauta
Dentre as questões abordadas, foram discutidos: prorrogação da dívida, acesso ao crédito, aquisição de café pelo governo, elevação do preço da saca de café, desoneração de insumos, regularização fundiária, estação de pesquisa, corpo técnico da EBDA, senso agropecuário, zoneamento e liberação de produtos para combate à broca.
Representação
Para a audiência com o governador Jaques Wagner, deverão estar presentes, dentre outros, representantes do setor da cafeicultura de Itabela e da região, Sindicato dos Produtores Rurais de Itabela, representante da Bahia na Câmara do Café da CNA - Confederação Nacional da Agricultura, FAEB – Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia e Assocafé – Associação Baiana dos Produtores de Café.
Preocupações
Algumas questões preocupantes foram abordadas na reunião, como custo de produção, da ordem de R$ 207,00, enquanto a saca do café está cotada a R$ 170,00, o que inviabiliza a sobrevivência do setor.
Também foram novamente destacados os desacertos de notícias plantadas na mídia, apontando números inteiramente fora da realidade, principalmente quanto a volume de produção, produtividade, consumo e estoque.
Alinhamento
Foram também discutidas deliberações alinhadas com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, onde a manifestação feita na última semana em Itabela teve repercussões positivas, motivando possíveis ações conjuntas dos estados com manifestação junto ao governo federal em Brasília.
A Bahia ocupa hoje a quarta posição entre os estados brasileiros produtores de café. O governo precisa direcionar os seus olhares e abraçar a causa da cafeicultura na região da Costa do Descobrimento e no extremo sul, intervindo para que não se instale aqui o caos social e a decadência econômica, intervindo para que os R$ 3 milhões do Funcafé possam chegar de fato até o produtor, o que até agora não aconteceu, e para que não ocorram situações como aquela verificada no semi-árido, quando o governo propaga insistentemente na mídia nacional ajuda e liberação de linhas de financiamento para aquela região, mas simplesmente ‘se esqueceu’ de contemplar os sofridos produtores de café de todo o semi-árido.