O AGROCAFÉ – Simpósio Nacional do Agronegócio Café, evento que neste ano foi realizado em sua 14ª edição, teve mais uma vez a participação destacada da comitiva organizada pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Itabela, composta por produtores, técnicos, pesquisadores e empresários ligados ao agronegócio.
O evento, como informou o Presidente da Assocafé, João Lopes Araújo, teve a abordagem de temas atuais do maior interesse do agronegócio e particularmente do café, tendo o conilon cada vez mais avançando e ocupando espaços. “As alterações climáticas que estão acontecendo no mundo, causa de preocupações e prejuízos no setor, foram abordadas com a exata noção de como se encontra e de como poderá acontecer no futuro. Outro tema relevante da programação foi a comprovação do efeito benéfico do consumo de café na qualidade de vida e na longevidade do ser humano”, enfatizou João Lopes.
Informações importantes foram feitas pelo Presidente do Sistema FAEB/SENAR Bahia, empresário João Martins da Silva Júnior, que é também vice-presidente da CNA-Confederação Nacional da Agricultura. Segundo João Martins, ”o sistema passa por dificuldades. Mas nas dificuldades é que devemos buscar oportunidades”. Números importantes foram revelados: a Bahia tem hoje um total de dez mil propriedades rurais, das quais sete mil são da agricultura familiar; a cafeicultura está presente em 167 municípios da Bahia; e 80% dos associados da FAEB são pequenos produtores.
Esses números devem ser motivo de profunda reflexão pelos organismos governamentais e os setores responsáveis, para a tomada de decisões que o setor produtivo rural tanto reclama e necessita que sejam implementadas de forma maciça e urgente.
O Sindicato dos Produtores Rurais de Itabela tem feito um trabalho exemplar. Entretanto, tem-se a lamentar que o café, o mamão, o maracujá, a banana, a pecuária de corte e de leite, como de resto as importantes outras culturas aqui produzidas, maiores fontes geradoras de renda e de postos de trabalho no município, não contem com o apoio do poder público municipal, que sequer tem um setor de agricultura qualificado e equipado para atender às indispensáveis demandas. Exemplo claro disso é as pressões desmedidas e por vezes descabidas das fiscalizações dos órgãos do trabalho, do meio ambiente, além da falta de qualificação e até de documentação dos trabalhadores, que deveriam receber orientação e apoio dos sindicatos responsáveis. Tudo isso recai sempre e unicamente nos costados da classe produtora, já exausta com a escorchante carga tributária, com os altos custos de insumos, defensivos, sementes, mudas, equipamentos, mão de obra, manutenção, e ainda tendo como adicional o enfrentamento das questões climáticas que têm contribuído sobremaneira para a desaceleração da produtividade e da produção.