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Redução da dependência do adubo importado, desafio para o Brasil

O Brasil, quarto maior consumidor, importou quase 70 por cento de sua demanda total por NPK

Por: Clic101
Publicado em 05/03/2014 08:14

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O Brasil, com a sua potencialidade agrícola, consumiu no ano de 2013 o número recorde de 31,08 milhões de toneladas de adubo.

O desafio de continuar crescendo, ser uma potência na produção de alimentos para uma população brasileira e mundial que cresce em proporções exponenciais, esbarra na dificuldade a ser superada dos altos custos de produção e da alta carga tributária dos fertilizantes produzidos no Brasil, que registrou o menor nível de produção desde 2009, diminuindo a competitividade brasileira diante da concorrência internacional, contrariando as expectativas do governo brasileiro de reduzir a dependência da importação de fertilizantes, segundo declarações do diretor-executivo da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), David Roquetti Filho.

"Nossa produção está diminuindo, mas, ao mesmo tempo, o produtor está sendo suprido pelo mercado internacional", explicou.

O Brasil, quarto maior consumidor, importou quase 70 por cento de sua demanda total por NPK --sigla para os nutrientes nitrogênio, potássio e fósforo, que compõem a fórmula final dos fertilizantes.

Segundo a Anda, até 2017 a cadeia produtiva está em situação razoavelmente confortável com a previsão de início de projetos, como os da Petrobras, Galvani, Vale, Anglo American, MbAC, apresentados em congresso do setor no ano passado.

"Mas se a gente não começar a pensar desde já em projetos a partir de 2017, esta dependência (da importação) poderá voltar a crescer", afirmou.

Embora a indústria evite fazer projeções, o país tem à frente uma perspectiva de consumo crescente com agricultores capitalizados e um aumento constante de área agrícola.

"Aí você entra naquele conceitual, que são os desafios da indústria nacional", disse o executivo.

Entraves

Entre as dificuldades do setor, Roquetti Filho menciona questões recorrentes como a isonomia tributária, uma vez que o ICMS de 8,4 por cento que a indústria nacional paga em média, não incide ou é diferido para o produto importado.

Além disso, acrescenta, a indústria também paga a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cefem), os chamados royalties, de 2 por cento, que segundo o executivo não é aplicada na maioria dos países que produzem matéria-prima para o fertilizante final.

"Só aí já deu 10,4 por cento de diferença (no custo de produção), isso mais o tempo para liberação de licenças ambientais e o custo alto de energia... Tudo isso torna o produto nacional menos competitivo", avaliou.

Para expandir a produção, a indústria carece fazer investimentos de grande escala, ao custo de pelo menos 3 bilhões de dólares, que levam de cinco a sete anos para iniciarem.

"São projetos de risco, e assumir risco em um país com estas características, dificulta os investimentos", explicou.

A situação só é mais amena para os fertilizantes nitrogenados, que tem projetos previstos para entrarem em operação este ano, da Petrobras, minimizando a pressão de importação.

Informações: Reuters








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