O Brasil não conhece o Brasil e o brasileiro não sabe a força que tem. Quando pensamos na Bahia, além das praias, turismo, carnaval, dos queridos amigos Brown, Ivete e Ed Ribeiro, o artista das tintas derramadas; no agro vem o merecido Oeste do Estado, o sul do cacau, a caatinga com os frutos do sertão, Vitória da Conquista, Irecê, e desponta Juazeiro com as frutas nível exportação e muito mais.
Mas eu queria saber como estava lá, na outra pontinha. Na divisa com os capixabas do Espírito Santo, o extremo sul? Encontrei um técnico especialista na região, o Gleidson Laurentino, da Nutrimaq, e perguntei a ele sobre o potencial do extremo sul. A resposta foi: “Em 10 anos dobra de tamanho”.
Explicou que Teixeira de Freitas é um show de melancias. A produtividade na casa de 60 toneladas por hectare. E a colheita finaliza agora em março. Da mesma forma um êxito no mamão hawai. Produtos de alta qualidade são exportados. O regime de águas na região, apesar de ter a transição dos efeitos lá nina e el nino, tem um regime pluviométrico positivo.
Mas e além da melancia e do mamão? Tem pecuária com índices de desfrute elevado, cerca de 25 mil cabeças, a cana de açúcar conta com usinas processadoras geradoras de empregos. Mas tem um fato novo que chama atenção, o café Conillon com 50 mil toneladas. Desceu do Espírito Santo, com o cooperativismo, em cidades como Itabela, Itamaraju, Eunápolis e Teixeira de Freitas.
O relevo do extremo sul é plano e se desenvolve a mecanização. Inovações como modelos integrando biológicos estão em andamento, como o sistema pronutiva com ênfase na saúde vegetal.
Também chama nossa atenção iniciativas da sociedade civil organizada local atuando na seleção e melhoramento de sementes adaptadas à região. Mas o brasileiro e as brasileiras são fortes mesmo. A empresa do Gleidson foi criada por uma mulher há 30 anos atrás.
A dona Nilza Coelho, numa lojinha de apenas 90 m². Hoje significa um polo gigante de tecnologia, incluindo a introdução de bioinsumos.
O extremo sul da Bahia tem realidades e um imenso potencial. Vai dobrar de tamanho em 10 anos, assim como o agro brasileiro todo também irá dobrar para abastecer o país e o mundo.