Seja com o gostinho das serras e clima de altitude da Chapada Diamantina, da brisa marítima de Porto Seguro ou do frescor das margens do rio Jaguaripe no Recôncavo Sul, o queijo artesanal baiano está se destacando e novos produtores estão animados a dar mais um passinho para a legalização.
Depois da conquista de 20 medalhas (dois ouros, seis pratas e 12 bronzes) no Concurso Mundial de Queijos e Produtos Lácteos, em setembro, em São Paulo, os produtores continuam motivados a conhecer mais para melhorar seu queijo e conquistar novos mercados.
Em setembro a comitiva da Guilde Internationale des Fromagers partiu de São Paulo, após o Mundial do Queijo, e foi conhecer em Porto Seguro os queijos da queijaria Trevo dos Búfalos e da Fazenda Lapinha.
“Tivemos o prazer de sermos a única propriedade a ser visitada no Brasil pela Confraria Guilde, e pelo melhor queijeiro Francês com 3 lojas em Paris", disse Roberto Cangussú, do Trevo dos Búfalos, localizado no Trevo Arraial D’ajuda/Trancoso-BA.
A tradicional cerimônia em Salvador, na sede da Faeb, encantou os franceses pelo buffet de queijos e acarajés. Os novos membros nordestinos da Guilde são Leonardo Mello Cerqueira (Dom Queijo), Katia Santa Rosa (Capril Kadosh) e Felipe Cunha (Rancho Kuara) e Amaro Ezequiel (Queijaria Balde Cheio), da Bahia; e Heráclito Silva (Fazenda Antonio Vindô) e Lucenildo Firmino (Queijaria Galego), produtores de queijo coalho tradicional no Rio Grande do Norte.
A Guilde também acolheu como Compagnons d'honneur agentes motivadores da cadeia do queijo: Fernanda Tavares, veterinária e vice-presidente do núcleo SerTãoBras Nordeste, Juliana Antunes Faria, analista técnica de Agronegócio do Sebrae Bahia; Humberto Miranda, presidente da Faeb e Paulo Emílio Torres do Ministério da Agricultura.
O turismo gastronômico tem sido uma aposta dos produtores de queijo, principalmente na Chapada Diamantina, onde as belezas naturais são o cenário perfeito para valorizar os alimentos de terroir, como o queijo, café e vinho. Ajudam a girar a economia local com valor maior valor agregado, pois a maior parte da produção é vendida na própria fazenda. "Esse é nosso foco, alinhar os diversos elos da cadeia produtiva, capacitar e motivar a regularização dos negócios," Juliana Antunes, e secretária executiva da Comissão Baiana da Cadeia Produtiva do Leite. A próxima parada é uma viagem para a Canastra para um programa de três dias no final de novembro que engloba desde microbiologia e agropecuária até degustação de queijos e vinhos, passando pela fabricação e cura, com apoio do Sebrae-BA.
Uma comitiva de produtores baianos foi a São Paulo para o Mundial do Queijo. "Eu fiquei muito feliz de participar, foi uma oportunidade incrível de conhecer pessoas, provar novos queijos, nunca pensei que eu ia provar um queijo gruyère suíço original," disse Frida Cunha, 19 anos, filha do produtor Felipe do Rancho Kuara.
"As massas filadas frescas tem sabor muito refrescante, de leite fresco, e as aromatizações são ideais para os petiscos" disse a francesa Claudine Vigier. Mas o preferido foi com certeza o queijo coalho na brasa na praia, coisa ultra super tipicamente brasileira. "Crocante, intenso" disse o francês Laurent Dubois.
Queijos artesanais baianos podem ser comprados em Salvador na loja Oxe É de Minas, no mercado do Rio Vermelho e o mercadão da Bahia, em Lauro de Freitas.