Após quatro anos de pausa, a maior feira de agronegócio do Norte-Nordeste está de volta, com novos conteúdos e estrutura ampliada. São esperados cerca de 100 mil visitantes ao longo dos 10 dias de feira, que irão explorar uma programação com campeonatos, leilões, exposições e apresentações culturais. Além disso, outros 100 mil espectadores são aguardados para curtir os shows do evento.
O Grupo A TARDE convidou o Sistema Faeb/Senar para participar da edição 2024 da Feira Agropecuária da Bahia (Fenagro), que retorna este ano para sua 33ª edição em Salvador.
O convite para integrar o evento foi entregue pela diretoria do Grupo A TARDE ao presidente do Sistema Faeb/Senar, Humberto Miranda, que celebrou o convite da parceria e destacou a importância da comunicação para o público do segmento.
“O setor agropecuário precisa se comunicar com a sociedade como um todo e em especial com o público urbano, para falar dos nossos anseios, dos nossos problemas, dos nossos gargalos, mas também falar do que a gente faz de bom pela sociedade, que é gerar emprego, gerar renda, produzir alimentos que vêm para todos os baianos e todos os brasileiros. Essa aproximação com A TARDE nos permite fazer com que as pessoas da cidade possam entender a missão e a importância que tem o setor para vida de todos nós. É uma alegria muito grande saber que o Jornal A TARDE, junto com o Governo, junto com as associações, estão retomando a nossa Fenagro”, disse Miranda.
Ele destaca a capacidade da Fenagro em gerar movimentação econômica com geração de negócios e colocando em evidência a pujança dos animais da Bahia. Para o presidente da Faeb, o evento é um patrimônioda agropecuária baiana e retorna com o objetivo de reconquistar essa referência.
“A federação se incorpora a esse desafio de fazer com que a Fenagro possa voltar a ser uma referência nas exposições, não apenas da Bahia, mas do Norte e Nordeste, e até do Brasil. Aqui nós recebíamos o país inteiro, virava até mais uma das atrações turísticas da nossa Bahia, a Fenagro sem dúvida está no calendário do turismo baiano por atrair pessoas de todo o Brasil. A expectativa é sempre muito positiva e animadora de que a Fenagro realmente volte a ser tudo que ela já representou para o setor agropecuário”, pontuou.
Cenário da agropecuária baiana
Com três tipos de biomas e uma diversidade de cultura em território baiano, a agropecuária do estado tem um grande potencial, afirma o presidente da Faeb. "A gente produz da pimenta do reino no extremo sul, à fruta no Vale do São Francisco, às frutas vermelhas naChapada Diamantina, grãos na região oeste, além do nosso cacau, que é uma marca de uma região importante aqui no nosso estado da Bahia. Além disso, na pecuária nós temos os maiores rebanhos de caprino e bovino do Brasil, temos um rebanho de bovino de quase 14 milhões de animais, um rebanho significativo de equídeos principalmente das raças mangalarga marchador. Nós temos um estado espetacular do ponto de vista das características de clima, solo, três biomas e, acima de tudo, por essa diversidade de culturas na agricultura e pelo potencial da nossa pecuária", descreveu Miranda.
No entanto, ressalta ele, ainda há problemas de segurança e infraestrutura nas áreas rurais, principalmente nas regiões que concentram bacias de rios importantes. Miranda destaca, por exemplo, a falta de barragens para realizar a retenção hídrica no estado. "A questão da segurança no campo é um problema, tanto da segurança da vida das pessoas como a segurança no patrimônio, na terra, nas fazendas, no patrimônio do produtor rural. Outro problema muito grave ainda na Bahia é a questão da infraestrutura. Nós temos um dos semiáridos mais chuvosos do mundo, bacias de rios importantes e a gente precisa construir barragens, precisamos ter uma política de retenção hídrica no estado para promover que nossas bacias hidrográficas possam reservar essa água aqui. A gente perde todo esse potencial e muitas dessas bacias hidrográficas cortam a região semiárida do nosso estado onde a gente precisa de água para produção", apontou.
Miranda também abordou questões como as de conectividade, que pode contribuir para o avanço de diversos setores do campo. "A conectividade é super importante pra gente levar educação, saúde, qualificação dos produtores. A Bahia ainda tem muitos desafios a serem superados mas não podemos deixar de acreditar que o nosso setor que vem crescendo, vai continuar contribuindo para economia do nosso estado e para geração de emprego e renda, que é fundamental principalmente nas pequenas cidades onde o setor agropecuário é o principal motor da economia”, afirmou.
Em 2023, a participação média do agro baiano no PIB foi de 21,1%, o equivalente a R$ 88,7 bilhões. Segundo Miranda, foi um ano recorde de produção de grãos, preços remunerados e culturas como banana, manga e uva. Apesar de 2024 registrar baixas remunerações e preços menores que os anos anteriores, a expectativa é que o Sistema Faeb registre um ano com geração de emprego e renda para o setor agropecuário.
"Esse ano a gente está com alguns problemas nas questões da remuneração, principalmente grãos nos mercados internacionais. A arroba do boi continua com preços ainda bem abaixo dos anos anteriores, isso tudo interfere diretamente no PIB. Também tivemos uma variaçãozinha climática em alguns momentos importantes das principais culturas do estado. Mas pode ter certeza que teremos ainda um ano muito exitoso do ponto de vista da agropecuária. Vamos continuar gerando emprego, gerando renda porque o setor agropecuário tem esse potencial, e será sempre com tecnologia, com ciência, com pesquisa para que o setor continue contribuindo pra economia do estado", ressaltou.
Humberto Miranda e o assessor jurídico da Faeb, Carlos Bahia, foram recebidos na sede de A TARDE pelo diretor de Relações Institucionais do Grupo, Luciano Neves, e pelo diretor da Rádio A TARDE FM, Eduardo Dute.