Há cerca de 4 anos o projeto Cultivida, realizado pela empresa IHARA, vem levando informação às cidades de regiões agrícolas do país, voltado a questões de boas práticas no campo. Neste sábado (15), o projeto foi executado em Itabela, tendo boa receptividade dos produtores participantes.
A programação contemplou toda família, com atividades para as crianças, palestras e teatro, objetivadas na ideia do projeto.
As informações sobre uso correto dos defensivos são direcionadas ao agricultor, mas o projeto também toma como alvo as equipes de saúde, com orientações de como devem proceder para evitar intoxicações e para atuarem de forma preventiva na área rural no atendimento dessas famílias.
Conforme dito pelo senhor Afonso Matsuyama, coordenador de registros da IHARA, a empresa trabalha com diversos tipos de produtos como inseticidas, fungicidas e herbicidas. Sediada em Sorocaba/SP, a empresa tem vários representantes comerciais distribuídos em todo o Brasil.
“Aliadas a essas orientações da parte da agricultura, nós trazemos a proposta de implantação de um programa de atenção à saúde de agricultores e agricultoras, com exposição aos agrotóxicos. A proposta é que cada agricultor e agricultora que tenha contato com a tecnologia agrotóxica, pelo menos uma vez ao ano, independente que tenha sintomas ou não, passe numa unidade básica de saúde, faça uma ficha clínica epidemiológica, onde sai informações sobre a saúde dele, o contato com os agrotóxico, a quanto tempo faz, como ele usa, se usa EPI ou não, e faça uma coleta de sangue para dosagem de enzima [...] importante na exposição de alguns grupos de inseticidas. Se fizer isso de uma maneira sistemática, programática, vamos reduzir e praticamente eliminar as intoxicações por agrotóxicos no Brasil. Isso é um direito da população que trabalha com agrotóxicos, é um direito do produtor rural ter essa orientação e esse monitoramento à sua saúde, e é de obrigação do Sistema único de Saúde (SUS), dar esse tipo de atendimento e atenção à saúde desse grupo populacional. Então estamos trazendo para Itabela e região a proposta da implantação deste programa, podendo colocar em comodato um equipamento no valor de 15 mil reais para a dosagem dessas enzimas, e que o município e a região possam se articular com os gestores estaduais para que os kits desses exames possam ser adquiridos para que esse programa tenha continuidade e seja sistemático dentro do sistema único de saúde”, disse o professor Dr. Ângelo Zanaga Trapé, médico que há 38 anos trabalha na Universidade Estadual de Campinas, coordena um programa de atenção à saúde de pessoas expostas a agrotóxicos na UNICAMP e coordena um ambulatório de toxicologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.