PECUÁRIA
Exportação de boi em pé pode gerar envio de 200 mil animais por ano pelo porto de Ilhéus
Possuidora do maior rebanho bovino do Nordeste brasileiro, com cerca 10,5 milhões de cabeças, a Bahia começa o ano de 2016 dando largos passos para introduzir a carne bovina no mercado internacional, através da exportação de boi em pé pelo porto de Ilhéus.

A primeira exportação seria de cinco mil animais para o Egito, através da empresa australiana Wellard Brasil do Agronegócio, que já manifestou essa intenção, mas há interesse também do Iraque e Jordânia, dentre outros países do Oriente Médio. Para que essa possibilidade se torne realidade, o governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura (Seagri) e a Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), se mobiliza para organizar a estrutura recomendada pelo Ministério da Agricultura (Mapa) através de instrução normativa. O volume de exportação poderá chegar a 200 mil bois/ano.
Para o secretário da Agricultura da Bahia, Vitor Bonfim, a exportação do boi em pé será uma vitrine para demonstrar a qualidade do rebanho baiano, livre da aftosa há quase 15 anos, abrindo mercados para exportação da carne in natura. "Além disso, será mais um incentivo para o melhoramento genético e ampliação do nosso rebanho bovino", avalia.
De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento da Agropecuária da Seagri (SDA), já foram realizadas reuniões com a Faeb, associação de criadores, com técnicos do Mapa/Superintendência Federal de Agricultura da Bahia, e da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab/Seagri), para debater o assunto. Na primeira quinzena de janeiro a SDA/Seagri vai organizar um seminário, envolvendo todos os elos da cadeia da carne, para traçar a estratégia de exportação do boi em pé.

Retrospecto
A Idéia de exportação de boi em pé nasceu com o pecuarista Urbano Pereira Correia, à época presidente do Sindicato Rural de Itamaraju, que não conseguiu concluir o projeto por alguns desencontros comerciais, embora tivesse contado com todo apoio do então secretário estadual de agricultura, Eduardo Sales.
Segundo urbano, o projeto tem tudo pra dar certo, trazendo grandes benefícios para a região extremo sul, especialmente com o descarte de grande parte do rebanho atual, impulsionando o mercado e incentivando o pecuarista a produzir animais com maior precocidade, melhor qualidade genética e ganho de peso, proporcionando maior retorno comercial em menos tempo.