A informação de que a CEPLAC estaria na iminência de ser transformada em apenas uma coordenadoria de uma das secretarias do Ministério da Agricultura, como é a proposta da ministra Kátia Abreu, é motivo de expectativa e preocupação por parte de servidores das seis unidades do órgão existentes no país e de todos os segmentos ligados à cacauicultura, sendo a Ceplac responsável por promover a competitividade e sustentabilidade das regiões produtoras de cacau, com atuação nas áreas de pesquisa, extensão rural e ensino agrícola.
Para o senador Otto Alencar, a mudança na estrutura organizacional da Ceplac pode acabar com todo o trabalho realizado, afetando as lavouras de cacau e provocando desemprego aos milhares no setor.
“Tirar a Ceplac da situação que está, subordinando a uma secretaria, é a mesma coisa que acabar. No cenário mais promissor, vai virar um departamento. Precisamos de uma reforma, mas não desse jeito”, avalia José Bezerra, presidente da Associação dos Técnicos em Fiscalização Federal Agropecuária na Bahia (Ateffa-BA). “Vai perder orçamento, perder autonomia, todas as políticas públicas que estamos desenvolvendo na região”, disse Bezerra, para quem as pesquisas desenvolvidas serão as mais afetadas caso a mudança ocorra. “Nós deixaremos de existir como órgão de pesquisa, de inspeção e difusão de tecnologia, vão acabar. As culturas perenes e tropicais que a Ceplac trabalha, o conhecimento... perdemos tudo”, criticou.
Para a Bahia, a situação é extremamente preocupante, pois o Estado é responsável por 70% do cacau produzido no Brasil, e os incentivos sugeridos aos cacauicultores pelas indústrias processadoras e órgãos de classe para produzirem mais e com melhor qualidade, podem ter os resultados esperados bastante comprometidos ou até mesmo inexistentes.