Na 7ª CIPM – Companhia Independente de Polícia Militar em Eunápolis desde janeiro, quando acabou de se formar, o Asp. PM Cleber Assis Ribeiro assumiu há cerca de vinte dias o comando da PM em Itabela, com a missão de “ver a realidade dos problemas que a unidade necessita e ver o trabalho do policiamento ostensivo que compete à Policia Militar”.
O jornalismo do Clic101 tratou com o novo comandante de temas da maior relevância e da situação atual por que passa a cidade e o município de Itabela, e ele expõe em linhas gerais uma visão do que deverá nortear as ações da polícia militar.
DIFICULDADES
“A cidade tem uma problemática muito grande em virtude de ser cortada por uma rodovia, e a dificuldade toda não é só em virtude da Policia Militar, mas também de outros órgãos como saúde, educação, a própria instituição familiar, a igreja, porque o problema de segurança pública não compete somente à policia. É uma demanda grande porque se o jovem não tem emprego, se o jovem não tem educação, se o jovem não tem base familiar, a tendência é ele ir para o lado da criminalidade”.
PROBLEMÁTICA SOCIAL
“Um pai de família assalariado ganha um salário mínimo por mês numa labuta de 8 horas de trabalho por dia. O pai tem a responsabilidade de conduzir toda a família. A família brasileira tem em media 2 a 3 filhos, marido e esposa. No tráfico ele pode ganhar um salário por semana se for um mero aviãozinho. É uma vida de risco, mas ele larga os estudos porque é facilmente captado pelos traficantes. Hoje a ostentação é muito grande. A mídia diz que estão deturpando os valores, em que você tem que ter para aparecer. Os valores morais, os valores de conhecimento, os valores éticos que eram passados anteriormente na geração de meus avós, meus pais, ficam um pouco para trás. Com um trabalho familiar orientando, educação, saúde... o único braço que chega lá é o braço da segurança publica.
Mas isso está mudando porque estamos em uma política, em uma proposta de unirmos, um projeto com a prefeitura, com a educação, com a saúde, para que possamos diminuir o índice de pessoas entrando para o mundo do tráfico de drogas”.
MODELO DE SEGURANÇA
“Por conta do nosso modelo de segurança pública, a polícia militar aderiu à policia comunitária. É necessário ter contato com a comunidade, é necessário que a polícia sinta os anseios da comunidade. O policiamento realizado no centro tem uma demanda de horários. A sociedade e a comunidade do centro tem que falar para a polícia militar quais as suas demandas. Temos que sentir cada realidade e fazer um trabalho de segurança pública em conjunto com a comunidade, em conjunto com outras instituições como a policia civil, porque juntos poderemos sanar esses problemas de segurança pública, que é um caos instituído no Brasil”.
PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE
“Seria interessante e é sempre bom discutirmos , construir conhecimento, e na construção de conhecimento, achar e desenvolver soluções. Diante disso, cada parcela da sociedade tem uma visão, vive uma realidade diferente. Então podemos assim discutir, debater, esclarecer e chegar num consenso, chegar num comum acordo”.
VIOLÊNCIA
“A cidade com trinta mil habitantes, sempre vai haver um roubo, um furto, porque a base de que estamos falando já está um pouco corrompida. Estamos tentando reverter essa situação, tentando conter essas ocorrências para que venha diminuir e que a sensação de segurança volte novamente, que possa estar sempre confortável. O policiamento tem sido feito 24 horas, diuturnamente”.
CONTRIBUIÇÃO
“Estou ao dispor da imprensa para o que for necessário, para esclarecimentos, me coloco também à disposição se quiser adquirir algum conhecimento, palestra... Espero que nossas relações sejam estreitadas e que possamos construir um trabalho de conscientização e de construção do conhecimento. Com relação a segurança pública, que possamos nos ajudar mutuamente”.