A Unidade Mucuri (BA) da Suzano Papel e Celulose passou a contar com um novo Cristalizador a partir da quarta-feira (19). O equipamento de 35 toneladas, o maior já instalado em uma fábrica de celulose, contribuirá para a otimização do consumo de insumos químicos na produção desse produto.
O projeto da nova planta de cristalização demandou investimento da ordem de R$ 57 milhões e resultará em uma maior eficiência na remoção de cloretos e potássio acumulados durante o processo de produção da celulose, além da recuperação de sulfato e carbonato de sódio, o que permitirá menor uso de insumos para esta finalidade. “Também esperamos uma redução da taxa de corrosão dos equipamentos, sobretudo os aços inoxidáveis, em função da menor presença do cloreto, e uma maior disponibilidade das caldeiras para nossa produção”, afirma Ricardo Medeiros, gerente de Engenharia da Suzano Papel e Celulose.
O principal equipamento desse sistema, o vaso cristalizador, foi construído na China e navegou por 30 dias até o Porto de Vitória (ES), de onde saiu de balsa até Caravelas (BA). A capacidade da bomba de recirculação do equipamento é de 14,7 milhões de litros por hora e a centrífuga que equipa o cristalizador é a maior já instalada no Brasil.
Funcionamento
As cinzas das caldeiras de recuperação são compostas principalmente por sulfato e carbonato de sódio, produtos nobres que, posteriormente, serão transformados em licor branco para o cozimento da madeira, e que devem ser recuperados para sua reutilização. Porém, durante o processo, esses químicos se misturam a outros elementos, como cloretos e potássio, que ingressam no ciclo de recuperação química de uma fábrica de celulose a partir da madeira e da água utilizados no processo. Uma vez presentes, provocam problemas de corrosão e perda de disponibilidade de equipamentos.
Para aumentar a competitividade da Unidade de Mucuri, a Suzano Papel e Celulose adquiriu um equipamento considerado “estado da arte” no tratamento das cinzas provenientes da queima nas caldeiras de recuperação. “A eficiência esperada na remoção de cloretos e potássio com essa nova planta de cristalização é de 95%, ainda maior do que a taxa de 70% que já alcançávamos com o antigo sistema de remoção. O novo modelo também proporciona um aumento de 65% para cerca de 85% na taxa de recuperação de sulfato e carbonato de sódio”, explica Medeiros.
Investimentos
A aquisição do cristalizador da Unidade Mucuri estava prevista no programa de investimentos realizados pela Suzano Papel e Celulose com foco em melhorias de processo e aumento de competitividade e capacidade. O mesmo complexo fabril de Mucuri passará a contar com uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) modernizada a partir do próximo mês de junho, um sistema que garantirá melhoria adicional à qualidade da água devolvida ao Rio Mucuri.
Os investimentos anunciados pela Suzano Papel e Celulose para 2017 incluem ainda as duas novas linhas de tissue, nas fábricas de Mucuri e Imperatriz (MA), e de uma unidade de produção de lignina, em Limeira (SP). O desgargalamento da Unidade Imperatriz também será concluído neste ano, o que ampliará a capacidade de produção de celulose no local de 1,5 milhão para 1,65 milhão de toneladas anuais.