A análise de dados de pesquisa do PIB – Produto Interno Bruto, divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no final de dezembro, mostra claramente algumas realidades, a exemplo da extrema concentração da produção e geração de riqueza no Brasil. No geral, para uma arrecadação total de impostos de R$ 612 bilhões anuais, tem-se gastos da ordem de R$ 576 bilhões.
Entretanto, dos 5.292 municípios constantes no levantamento do IBGE, apenas 417 (7,88%) são responsáveis pela geração de mais impostos do que gastos. Os outros 4.875 (92,12%) são deficitários, com gastos públicos maiores do que a economia produzida através de impostos sobre a produção, agregado às arrecadações municipais, estaduais e federais.
Como exemplo da concentração, além de São Paulo que gerou R$ 62 a mais do que gastou, os municípios que mais concentram atividades geradoras de receita são Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Manaus, Porto Alegre, as cidades portuárias de Santos (SP), Itajaí (SC) e Paranaguá (PR), os pólos industriais de São José dos Campos (SP), Betim (MG) e Camaçari (BA), locais com forte economia agrícola como Luis Eduardo Magalhães (BA) e Uberlândia (MG), além de cidades de menor porte onde estão localizados grandes fontes de recolhimento de impostos ,como Confins (MG).
Com exceção do Distrito Federal, oito Estados nordestinos estão entre os dez com maior defasagem entre arrecadação e gastos públicos. Os outros dois são Pará e Rondônia.