A confiança no Censo 2022, divulgado na semana passada, começa a ser duramente questionada. Centenas de prefeituras planejam acionar a Justiça, pedindo a revisão dos dados da população, por temerem a perda de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Se o número de moradores foi reduzido na contagem do Censo, o valor dos repasses também cai. Na segunda (3), o IBGE defendeu "a qualidade e confiabilidade" do trabalho de pesquisa.
As perdas, somadas, podem chegar a R$ 3 bilhões, segundo a Confederação Nacional dos Municípios, que calcula em 770 o número de cidades com menos recursos do FPM.
A confederação vai propor ao Congresso e ao governo federal uma nova contagem da população para 2025. Segundo o prefeito de Venâncio Aires (RS), Jarbas Rosa, do PDT, "há muito o que contestar". No Rio Grande do Sul, mais da metade (ou 58,4%) dos municípios encolheu, segundo o Censo.
As causas locais passam por estagnação econômica, envelhecimento da população e queda nos nascimentos. Para a CMN, o impacto da perda de recursos será maior no Norte e no Nordeste, onde 29% e 18% das cidades, respectivamente, terão coeficiente menor.