Entre os estados do Nordeste, a Bahia é o que tem o maior número de micro e pequenas empresas inadimplentes. Conforme o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, o estado baiano apresentou 304.381 micro e pequenos negócios nessa condição no mês de março.
Já a região Nordeste apresentou 1.062.696 micros e pequenas empresas com as contas atrasadas. Ainda conforme o levantamento, houve aumento em relação a dezembro de 2023 na Bahia, mas não é uma diferença que aponte gravidade. No estado baiano, em fevereiro, eram 301.507 MPEs inadimplentes; em janeiro 298.616 e em dezembro 296.615. Ao todo, são mais de R$ 4,6 milhões em dívidas negativadas na Bahia, uma dívida média de 14.686,04 por companhia.
Nacionalmente, ainda no mês de março o Índice registrou 6,3 milhões de MPEs inadimplentes em todo Brasil. A Bahia ficou em sexto lugar entre os estados do país, atrás do Rio Grande do Sul (353.786); Paraná (409.948); Rio de Janeiro (559.350); Minas Gerais (592.753) e São Paulo, que lidera o país com 2.024.760 MPEs inadimplentes.
De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, os números, tanto nacionais como regionais, seguem a mesma tendência e se demonstram certa estabilidade desde 2023. Os empreendimentos de portes menores são mais suscetíveis à inadimplência. Isso porque, geralmente, possuem menos fluxo de caixa e reservas financeiras reduzidas para arcar com emergências”,diz.
No Brasil, o segmento com o maior número de negócios no vermelho foi o de “Serviços”, que representou 54,2% do total. “Comércio” também teve uma participação significativa, equivalendo a 37,8%. Em seguida, estava a “Indústria” (7,7%) e a categoria “Demais” (0,4%), que contempla os segmentos “Primários”, “Financeiros” e “Terceiro Setor”
Outro fator apontado pelo economista para a negativação é a pouca experiência dos empreendedores. “Essas empresas também contam com muitos empreendedores de primeira viagem, que ainda não possuem um quadro financeiro totalmente estável dentro do mercado e acabam se endividando. Dessa forma, entendemos que cultivar o controle econômico é fundamental para os donos de negócios e que, para isso, é necessário adequar-se de tempos em tempos, utilizando boas estratégias de planejamento, educação financeira e renegociação de dívidas, quando for o caso”, avalia.
As dívidas negativadas somaram R$ 115 bilhões e o ticket médio de cada débito foi estimado em R$ 2.635,3. Em média, cada pequeno negócio possuía 6,9 contas atrasadas. A maior parte das MPEs com CNPJs negativados eram do Sudeste (52,4%) e, a menor parcela, do Norte (5,5%).
Dicas – Indicativo do risco de falência, prejuízo para os credores e comprometimento d aarrecadação do estado, tornando a empresa irregular, a situação precisa ser regularizada o mais rápido possível. É o que indica o economista Gustavo Assis.
“Em situações mais graves como falência, a empresa fica impossibilitada de contratar com o estado, resultando em desemprego e prejudicando a cadeia econômica”, diz. “É preciso ficar atendo as receitas e em caso de queda, não pensar duas vezes em solucionar, nem que seja repassar o negócio”.
Segundo ele, a saúde da empresa exige prevenção e cuidado diários. “As empresas precisam respeitar o nível do faturamento, negociar prazos de compras e contratações para que os prazos de pagamento não sejam menores do que os de recebimento. Em caso de dívidas, de qualquer natureza, buscar antecipar-se em negociar, se possível parcelar, para evitar o crescimento da dívida e a impossibilidade de pagar (inadimplência) e todos os riscos e prejuízos que a inadimplência pode trazer”, instruiu.