Com a chegada de dezembro e o clima festivo que marca o fim de ano, os baianos se preparam para os gastos típicos do período, como enfeites de Natal e a preparação para as festas. No entanto, o bolso dos consumidores vai precisar de mais atenção devido a um aumento significativo no preço do gás de cozinha. A partir desta segunda-feira (2), o botijão de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) terá um reajuste de R$ 6 a R$ 7 em todo o estado da Bahia.
A elevação no preço foi confirmada pela Acelen, empresa de energia proprietária da Refinaria de Mataripe, que anunciou um reajuste de 9,47% no preço do gás para as distribuidoras. O aumento, que entrou em vigor a partir de 1º de dezembro, é consequência de uma série de fatores que impactam o custo do produto, como a cotação internacional do petróleo, o valor do dólar e o custo do frete.
A Acelen afirmou que os preços praticados pela Refinaria de Mataripe são baseados em critérios de mercado, refletindo as flutuações do setor energético e acompanhando as práticas internacionais de precificação. A empresa também garantiu que adota uma política de preços transparente e amparada por critérios técnicos.
O aumento já gera preocupação em diversas áreas, principalmente entre os consumidores mais vulneráveis e aqueles que dependem do gás de cozinha para o desenvolvimento de suas atividades profissionais.
Jaciara Santana, dona de casa, é um dos exemplos dessa preocupação. Ela mora com mais quatro pessoas e, segundo Santana, o gás de cozinha em sua casa dura, em média, um mês. Para ela, o aumento no preço do botijão, somado aos gastos do fim de ano, representa um grande impacto no orçamento familiar.
“Está ficando cada vez mais difícil, porque na minha casa o gás acaba muito rápido, devido ao uso de várias pessoas. O final de ano já é um período de muitos gastos, e qualquer valor que pagamos a mais, com certeza fará falta”, lamenta.
Santana ainda se recorda do último aumento, ocorrido em outubro, quando o preço do gás subiu 10,5%, ou cerca de R$ 8 por botijão. Na ocasião, o valor médio do gás passou de R$ 142 para R$ 150. A dona de casa questiona se o aumento será contínuo. “De R$ 5 a R$ 7 por mês, logo vamos pagar R$ 200 por um botijão. Isso é um absurdo”, critica.
O aumento no preço do gás também preocupa trabalhadores autônomos, como Fabiana Costa, que se dedica a encomendas de salgados. Ela afirma que o impacto do aumento no gás vai além do preço do produto em si. "A matéria-prima já está cara, e os clientes reclamam dos valores. Com o gás subindo constantemente, não consigo tirar o lucro necessário do meu trabalho", desabafa.
Costa explica que, devido à natureza do seu negócio, o gás de cozinha é utilizado com grande frequência, o que faz com que ela troque o botijão a cada 10 dias, o que representa uma despesa significativa. "Pode parecer pouco para quem usa o gás de forma esporádica, mas para mim faz toda a diferença. O aumento do gás reflete diretamente no custo do meu trabalho", disse.
Além disso, ela ressalta a preocupação com a falta de aumento no salário mínimo. "O salário mínimo vai subir, mas o aumento de preços não acompanha, e nós, que não temos benefícios trabalhistas, sentimos isso na pele. Tudo sobra sempre para quem ganha menos", afirma.