Os votos foram depositados nas urnas, a eleição acabou, as miraculosas promessas de campanha desceram pelo ralo e se esvaíram pela tubulação, e o Ano Novo começa com medidas salgadas, e que parecem ser apenas o início do arrocho que acaba atingindo em cheio a classe trabalhadora.
Entre as medidas anunciadas pelo governo e encaminhadas ao Congresso Nacional nesta terça-feira (30), as mais impactantes são:
- Redução pela metade na pensão de viúva(o), que hoje é integral, vitalícia e independente do número de beneficiários. Com a nova regra, haverá apenas acréscimo de 10% por filho dependente até que complete a maioridade, e até o limite máximo de 100%;
- A pensão vitalícia para cônjuges de até 35 anos será extinta, passando o auxílio a vigorar segundo a expectativa de vida, como por exemplo, de 33 a 38 anos, prazo de 12 anos, e de 39 a 43 anos, prazo de 15 anos. A pensão somente será vitalícia para quem ficar viúva(o) a partir dos 44 anos, desde que tenha dois anos de contribuição para o INSS e esteja casado há no mínimo dois anos;
- O seguro-desemprego terá período aquisitivo aumentado na primeira vez, de seis para dezoito meses;
- O abono salarial do PIS não será mais integral; hoje é de um salário mínimo para quem ganha até dois mínimos, e vai variar de acordo com o tempo de carteira assinada, que passa de um para seis meses no mesmo emprego;
- As empresas passam a bancar os primeiros trinta dias de afastamento do servidor (hoje são 15 dias);
- O auxílio-doença terá como valor máximo o equivalente à média dos últimos salários de contribuição do trabalhador.
Tempos atrás, essas medidas, como disse o Ministro Aloisio Mercadante, já foram propostas à presidente Dilma, que teria mandado engavetar, e segundo cálculos do governo, podem gerar uma economia de cerca de R$ 18 bilhões anualmente.
O velho ditado se concretiza mais uma vez, de que a corda só quebra no lado mais fraco, e desta feita à custa do sacrifício do trabalhador.