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LITERATURA

Autorizado lançamento da biografia que afirma que Lampião é gay

A informação de que Lampião seria gay já havia sido abordada em outras publicações

Por: Clic101
Publicado em 04/10/2014 09:22

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Foto: Divulgação

Segundo Pedro Morais, autor da biografia “Lampião, O Mata Sete”, Virgulino Ferreira da Silva era gay e sua mulher, Maria Bonita, era adúltera.

O lançamento do livro com as revelações, proibido há dois anos a pedido de Vera Ferreira, neta de Lampião, vai chegar às prateleiras das livrarias depois de decisão da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE), que, por unanimidade, reformou a sentença que proibia o lançamento e a venda da biografia.

"Não é demais repetir que, se a autora da ação sentiu-se ofendida’com o conteúdo do livro, pode-se valer dos meios legais cabíveis. Porém, querer impedir o direito de livre expressão do autor da obra, no caso concreto, caracterizaria patente medida de censura, vedada por nossa Constituinte. Cabe, sim, impor indenizações compatíveis com ofensa decorrente de uma divulgação ofensiva", afirmou o desembargador Cezário Siqueira Neto.

A biografia de Lampião, em 306 páginas, reserva apenas uma ínfima parte sobre a sexualidade do cangaceiro. Segundo o autor, "não chega a ser nem um capítulo".

A informação de que Lampião seria gay já havia sido abordada em outras publicações, como em uma tese do historiador e fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott.

Outra tese, na Sorbonne, renomada universidade francesa, cita o lado feminino do cangaceiro. "Todo mundo aqui no nordeste sabe que ele era um exímio estilista e gostava de plumas, paetês e perfumes franceses”, defende-se Pedro.

Em 2012, Vera entrou com duas ações na Justiça, por danos morais (pelo autor discutir a sexualidade de Lampião) e pedindo a proibição do lançamento do livro. Ela pedia R$2 milhões, mas segundo Pedro, ela perdeu nas duas ações.

A decisão da Justiça será recorrida pelo advogado de Vera, Wilson Winne de Oliva, que afirma que não concorda com a decisão quanto à intimidade da família.

"Intimidade não é história. O livro agride por demais, afirmando que Lampião era gay, que Maria Bonita era adúltera e até que Expedita Ferreira Nunes não é filha dos dois. Isso causou transtornos a toda a família, aos netos, aos bisnetos na escola".

Informações: A Tarde








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