Falando à reportagem do Clic 101, o Presidente do Conselho de Alimentação Escolar – CAE, João Leite, disse da necessidade de manter a população ciente do que está acontecendo no município referente à merenda escolar, que a reclamação é grande, e hoje “o campeão nas escolas é o biscoito com suco, a sopa e farofa; e muitas vezes não tem nem suco, nem biscoito e nem farofa”.
Informa o presidente que quando procurada a casa que é responsável por receber e distribuir a merenda, a diretora diz que entregou nas escolas, ressaltando ainda que o transporte utilizado para o transporte da merenda é inadequado, sendo utilizado até o transporte através de ônibus escolar ou por terceiros.
Segundo João Leite, que disse ter deixado para tratar desta questão após a campanha política, para que não houvesse más interpretações, o que tem acontecido em Itabela é um descaso, as próprias autoridades responsáveis não estão dando importância. Cobranças e denúncias chegam ao Conselho, que também cobra, notifica e informa aos responsáveis por resolver a situação e que na maioria das vezes eles nem sequer respondem.
Falou também que na busca de identificar a raiz do problema, através de ofício encaminhado no dia 10 de outubro ao secretário de educação Emanoel Souza, o CAE solicitou uma reunião com os representantes das empresas que ganharam a licitação da merenda escolar: JB Indústria e Comércio de Derivados de Leite, JA Viana Comércio de Alimentos e Torre Forte Distribuidora e COPECOD Hortifruti, para informar à sociedade o que tem acontecido, com o descaso da merenda nas escolas.
A reunião que aconteceria na Secretaria de Educação na manhã de terça-feira (04) não foi realizada, pois nem o secretário e nem os representantes das empresas compareceram para explicar por que “uma semana tem, outra não tem, quando vem o leite faltam os alimentos secos, quando esses vêm falta a carne”.
Dentre outras questões, foram levantadas também pelo presidente do CAE a inexistência da comprovação de que 30% dos produtos da merenda tenham sido provenientes da agricultura familiar, como determina a legislação; venda de doces, salgadinhos, cachorro-quente e refrigerantes, já tendo sido notificada a direção da escola; notificação ao município para devolução de cerca de 98 mil reais referente a dinheiro gasto com alimentos não direcionados às escolas, tendo sido justificado pela secretaria de educação, mas não acatado pelo CAE, de que os itens notificados teriam sido destinados às creches, sendo que a creche de Monte Pascoal há dois anos não funciona, e o Peti Monte Pascoal também não funciona, como disse João Leite.
Por fim, João Leite informou que o Conselho está buscando um curso para as merendeiras através do SENAR, e há também a pretensão de realizar uma reunião com todas as pessoas ligadas direta e indiretamente com a merenda escolar para que as pendências sejam solucionadas.