A estudante do curso de medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia em Vitória da Conquista, Maiara Aparecida Oliveira Freire, 26 anos, foi condenada a dois anos de prisão e expulsão da entidade, por fraudar o sistema de cotas.
Segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que acatou a denúncia anônima sobre o caso, Maiara apresentou uma declaração falsa de endereço para participar da concorrência de reserva de vagas para quilombolas na Uesb, tendo ingressado no curso de medicina em 2013. De acordo com o entendimento da Uesb, ela cometeu falsidade ideológica na realização da matrícula, o que para a instituição se configura como ato de improbidade.
"Recebemos no Ministério Público uma denúncia anônima dando informações sobre a estudante, informando que ela nunca havia morado em uma comunidade quilombola como havia informado no ato da matrícula", disse a promotora Carla Medeiros.
A estudante apresentou uma declaração assinada pela presidente da Associação do Desenvolvimento Comunitário Cultural, Educacional e Social do Quilombo de Rocinha e Região, que comprovava que ela era moradora da comunidade remanescente quilombola Rocinha, na zona rural do município de Livramento de Nossa Senhora.
Entretanto, segundo a promotora, Maiara residia no centro do município de Livramento de Nossa Senhora. "Ela realmente nasceu na zona rural, mas não era uma comunidade quilombola e ela mudou-se ainda quando criança para Livramento de Nossa Senhora", disse Carla Medeiros.