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História

HISTÓRIA DO COLÉGIO MUNICIPAL DE ITABELA


Por: Clic101
Publicado em 16/08/2013 12:42

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Por: Ana Valéria Bravim

 

Sabe-se que a estrutura física do Colégio Municipal de Itabela começou a ser construída em meados da década de 1970. Contudo, deve-se destacar que a falta de documentos e as mudanças de nomes, de direção, de uniformes, e até mesmo as logomarcas da escola, contribuíram significativamente para que esta perdesse parte de sua identidade. Por mais que se busque informações, essas não são suficientes para compor uma “História por escrito” como esta instituição escolar merece e tem direito.

Pelo que consta, no início dos anos de 1970, a professora Neci de Carvalho Tourinho, esposa do Senhor Catão Tourinho, na época, vereador de Porto Seguro, possuía uma escola improvisada no quintal de sua casa, situada à Rua Carlos Alberto de Souza Parracho, denominada “Centro Educacional de Itabela”.

No segundo semestre de 1977, a convite do então prefeito de Porto Seguro, Carlos Alberto de Souza Parracho, a professora Neci transferiu sua escola para as instalações onde mais tarde viria a transformar-se no Colégio Municipal de Itabela, sendo então a diretora da escola do Ensino Primário. Como professores, podia contar com a dedicação de Maria da Penha Coelho Teixeira, Dinamar Santiago, Tia Míriam, Ranério Cesana, dentre outros, que contribuíram significativamente para o desenvolvimento da Educação deste Município.

Vale lembrar que mesmo que tenha existido uma planta para tal construção, inicialmente, foram construídas apenas seis salas de aulas e o banheiro, onde hoje funciona o banheiro das meninas, sendo que uma sala era usada como secretaria e sala dos professores. A cantina onde era preparada a merenda dos alunos se resumia apenas em um cômodo de madeira na parte externa do prédio; as merendeiras eram Dona Jersi e Dona Vera. Posteriormente, esse cômodo passou a ser utilizado por Dona Júlia, proprietária do bar e lanchonete Polentão, que vendia lanches na hora do recreio.

Exatamente no dia 30 de Março de 1979, com a conclusão das “obras”, aconteceu a tão esperada Cerimônia de Inauguração do “Centro educacional Carlos Alberto de Souza Parracho”, nome escolhido para homenagear o então prefeito.

Dessa vez, a escola estava realmente “pronta”, com as doze salas de aulas e demais dependências para receber maior quantidade de alunos, pois a população estava aumentando e esta era a única escola do povoado. Contudo, entre os anos de 1977 e 1983 os alunos efetuavam, mensalmente, o pagamento do “caixa escolar” - certa quantia em cruzeiros, realizada através de um carnê bancário, para colaborar com a manutenção da unidade escolar.

Neste período, as regras eram muito rígidas, principalmente no que se refere ao uniforme dos alunos. A vestimenta dos meninos era calça azul marinho e camisa branca, na qual deveria ser costurado o bolso com o escudo da escola, que por sua vez era vendido na própria instituição. Já as meninas, deveriam usar saia pinçada, também azul marinho, e a camisa branca com o tal bolso. Nos pés, todos deveriam usar meias pretas e quichutes, uma espécie de chuteira “rústica”, pois a borracha era bem grosseira e desconfortável. Mais tarde, esse calçado foi substituído pela famosa conga.

Vale lembrar que o “Ensino Ginasial” só passou a ser oferecido a partir de 1981. Assim, a escola passou a ter duas diretoras, a professora Neci, do Ginásio e a professora Maria da Penha, do primário. Neste período, como a carga horária era menor e o número de alunos muito grande, havia a necessidade e a possibilidade da escola funcionar em quatro períodos diários. Além disso, a Escola oferecia o Ensino de 2º Grau, com os Cursos Técnicos em Contabilidade e em Administração de Empresas, bem como o Curso de Magistério.

Deve-se ressaltar que há uma controvérsia, no que se refere ao nome da escola, pois alguns documentos apontam que, nesta época, esta unidade de ensino ainda se chamava “Centro Educacional Carlos Alberto de Souza Parracho”; em outras, aparece o nome “Escola Municipal de Itabela”.

Alguns ex-alunos, através de entrevistas e conversas informais, destacam que as paredes desta escola eram cinza e chapiscadas, o que acarretava diversos arranhões quando alguma criança se “esbarrava” na parede. Todavia, a estrutura física era considerada por todos como algo inovador e grandioso para seu tempo, pois até dado momento, todas as escolas existente no então povoado, eram em salas improvisadas e com baixa infra-estrutura.

No que se refere ao ensino, propriamente dito, deve-se destacar que este seguia, à risca, o método Tradicional. Os professores, em sua grande maioria, eram tão severos a ponto de utilizar réguas e palmatórias para bater nos alunos quando julgavam necessário. Haviam também os “castigos”, que por sua vez eram efetivados de diversas formas. Como exemplos básicos, pode-se citar a questão de fazer o aluno escrever “muitas” vezes algumas frases “educativas”. Além disso, eram utilizados os castigos físicos, através dos quais os alunos deveriam ficar em pé ou ajoelhados, virados para a parede na frente da sala.

Naquele período, existiam diversas disciplinas que foram abolidas com o passar do tempo. Dentre estas, pode-se apontar Prática de Escritório, Educação Moral e Cívica, Educação Para o lar, dentre outras, que contribuíam para o desenvolvimento dos alunos, os quais, por sua vez, não mediam esforços para executar as mais diversas tarefas propostas pela escola, como é o caso das hortas, desenvolvidas pelos alunos. Os alimentos ali produzidos eram utilizados na merenda escolar.

Deve-se ressaltar que fazendo uma breve comparação ao ensino oferecido naquele tempo com o de hoje, que por sua vez adquiriu um embasamento “construtivista”, percebe-se que o de outrem era de uma influência muito maior, pois contribuía, mais severamente, para a formação dos seus educandos, tanto no que se refere às questões da aprendizagem dos conteúdos curriculares, quanto na aprendizagem dos conhecimentos para a vida. É importante lembrar que apesar de rígidos, os professores, em grande maioria, eram extremamente dedicados e demonstravam muito compromisso com a prática docente, o que contribuía para o bom desempenho escolar.

Em 1982, Valdívio Costa e seu vice Ismael Francisqueto venceram as eleições para prefeito de Porto Seguro. No ano seguinte, quando assumiram o cargo, tiraram a direção da escola das professoras Neci e Penha, nomeando Marli Calatrone de Aguiar e Gláucia Maristela Bosetti para assumir o cargo. Meses depois, todos os professores, juntamente com a direção, solicitou ao prefeito uma reunião para pedir que ele assumisse todas as despesas da Unidade de Ensino para que não precisasse mais cobrar o “caixa escolar” dos alunos. Assim foi feito... Valdívio Costa se comprometeu a proporcionar à população itabelense o ensino verdadeiramente, gratuito, como deve ser em qualquer escola pública.

Contudo, neste meio tempo, foi dada baixa no registro da escola. Por esse motivo, em 1983, com receio de não receber o diploma, a maioria da turma do 3º ano do Curso de Magistério pediu transferência e foi estudar em Eunápolis. Assim, em dezembro deste mesmo ano houve a colação de grau de apenas quatro alunos, entre eles, Janilda Helena Bergamini.

O novo registro só foi possível em 1986, quando a direção, em sigilo, com o patrocínio de Ivo Manzoli, designou o Professor José Raimundo Fontes Queiroz para que fosse a Salvador entregar à senhora Maria D’ajuda Silva Vieira, esposa do ex-prefeito de Porto Seguro, Jairo Góes, uma folha de ofício constando a assinatura de todos os professores da escola, tendo anexado as fotocópias dos documentos dos mesmos, dentre outras documentações necessárias.

Assim, Dona D’ajuda foi até a Secretaria da Educação do Estado e deu entrada no novo registro. Aproximadamente dois meses depois, ela chegou ao Colégio com o Diário Oficial onde constava a aprovação do tal registro, no qual denomina oficialmente o “Colégio Municipal de Itabela”, dirimindo, daí por diante, qualquer dúvida acerca do nome desta instituição de ensino. Para festejar, levou fogos de artifício, champanhe e taças para brindar com a equipe escolar. Como diz o Professor José Raimundo, “este foi um dia realmente inesquecível”.

Dessa forma, iniciou-se uma nova batalha, pois haviam mais de cem diplomas engavetados, das turmas que colaram grau entre 1983 e 1985, esperando para serem registrados, e assim, fazer valer o registo da escola.

No início de 1988, a diretora Marli Calatroni teve de se afastar do cargo, por motivo de doença, nomeando como sua sucessora Janilda Helena Bergamini, que atuou por dois anos.

Em 1989, quando José Ubaldino Alves Pinto, mais conhecido como Baiano, assumiu a Prefeitura de Porto Seguro, nomeou para a direção deste Colégio a professora Edleuza Batista dos Santos Bravim. Entretanto, por sua forma rígida de administração, atuou por poucos dias; logo foi substituída pelo Professor José Raimundo.

Em 14 de Junho deste mesmo ano aconteceu a emancipação política do Município de Itabela. Assim, no mês de novembro houve nova eleição para prefeito, disputada entre Ivo Manzoli e Ismael Francisqueto, com a vitória de “Seu Ivo”, que atuou por um período de três anos.

Deve-se destacar que após a Emancipação deste Município, a questão da perda da identidade escolar aumenta gradativamente, pois a depender do gestor municipal, passou-se mudar também a direção, a cor, o uniforme e até a logomarca do Colégio. Dessa forma, cada prefeito que por aqui passou deixou a sua marca, já que todos estes, de alguma forma, demonstraram interesse em proporcionar a melhoria no ensino itabelense.

Deste modo, entre os anos de 1990 e 1992, no primeiro mandato do prefeito Ivo Manzoli, quando a secretária da educação era Maria da Penha Coelho Teixeira, a escola permaneceu com a cor cinza, tendo Marli Calatroni de Aguiar como diretora, que por sua vez, se destacou por sua forma rigorosa de combate à indisciplina escolar.

No período de 1993 a 1994, sob o governo de Ismael Francisqueto, e da secretária da educação Márcia Helena Francisqueto e Noélia, a escola foi pintada de marrom e amarelo, tendo como diretor Emanuel de Souza Oliveira.

Entre 1995 e 2000, novamente com Ivo Manzoli no poder, e com Maria da Penha na secretaria da educação, a escola foi pintada de azul e branco, tendo como diretora Lucinéia Confoloniere Bertoldi, a qual contribuiu significativamente para que a escola adquirisse uma postura rígida e ao mesmo tempo interessante, em decorrência das diversas programações desenvolvidas, bem como pela “nova aparência” que deu a esta instituição. Contudo, no ano de 2000, por motivos de força maior, “Néia Bertoldi” teve de se afastar, passando assim a direção para a Professora Maria Moreira Nisa, que também demonstrou uma forma competente e descontraída de gerir uma escola.

No período que corresponde a 2001 a 2004, sob a gestão de Dino Pereira (Bernardino Carmo de Souza), e das secretárias da educação Sueli Behy Caribé, e mais tarde Mara Núbia Nascimento Barbosa, a escola foi pintada de verde oliva e branco, ficando sob a liderança do então gestor José Jairo, que por sua vez, se empenhava em desenvolver diversas programações atrativas, buscando maior interesse dos alunos pela escola.

Nos anos de 2005 a 2008, quando Itabela foi governada por Júnior Dapé (Paulo Ernesto Pessanha da Silva), tendo como secretária da educação Maria da Pena Souza do Rosário Sá, a direção do Colégio Municipal, inicialmente, ficou sob a responsabilidade de Maria Augusta Lages. Dois anos depois, passou para Arlete Gonçalves. Já no último ano daquele mandato, Emanuel Oliveira, com seu jeito descontraído e competente, atua, pela segunda vez como gestor desta instituição escolar.

No início deste mandato, a escola recebeu as cores da Bandeira da Bahia, azul, vermelho e branco. Contudo, em 2007, o então gestor municipal foi afastado, e Ilson Oliveira, então na qualidade de “prefeito”, proporcionou à escola uma nova reforma, pintando-a de amarelo e branco.

Já em 2009, quando Osvaldo Gomes Caribé assumiu a prefeitura municipal, tendo como secretário de educação o professor Rubens Alves Oliveira, a escola recebe as cores verde claro e branco, ficando por pouco tempo sob a direção de Evanilce Souza Oliveira, passando, ainda no primeiro semestre, para Andressa Tonini Malacarne, que em parceira com “nova” coordenadora, Ingrid Richelli Brandão Mendes de Oliveira, em 2010, desenvolveram um estilo inovador, proporcionado pelos projetos de motivação, que por sua vez, contribuíram significativamente para aumentar o interesse dos alunos pela escola, além de favorecer a integração de todos os envolvidos na comunidade escolar.

Com o retorno de Júnior Dapé à gestão municipal, em 2013, quem assume a secretaria da educação é Emanoel Souza Oliveira; e a direção do Colégio Municipal, a pedido de grande parte dos profissionais que ali atuam, assume a Professora Ingrid Brandão, que vem desenvolvendo um bom trabalho.

Atualmente, esta instituição é considerada uma escola de grande porte, atendendo ao público das séries finais do ensino fundamental, e educação de jovens e adultos. Os educandos são oriundos dos diversos bairros da cidade, bem como da zona rural do município, e estão na faixa etária entre 09 e 50 anos de idade.

Apesar das contradições e dificuldades inerentes ao sistema educacional brasileiro, o que se espera é que a Escola tenha uma gestão participativa, sem relações autoritárias e com a preocupação com o coletivo, com o desenvolvimento dos seus profissionais, porém sem perder de vista a realização de um trabalho de qualidade, que seja realmente capaz de contribuir para a aprendizagem dos nossos educandos.

Portanto, objetiva-se principalmente o desenvolvimento de uma prática pedagógica cotidiana, baseada na discussão dos referenciais teóricos que nos direcionem para uma “práxis” responsável e compromissada com uma escola pública verdadeiramente de qualidade.

Agora, porém, só nos resta viver para continuar “construindo” e repassando a nossa história...

 

DIRETORES DO COLÉGIO MUNICIPAL – Período de 1977 a 2013

1977 a 1982 - Neci Carvalho Tourinho e Maria da Penha Coelho Teixeira

1983 a 1986 - Marli Calatrone de Aguiar e Gláucia Maristela Boseti

1987 a 1988 - Janilda Helena Bergamini e Gláucia Maristela Boseti

1989 – Edleuza Batista dos Santos Bravim / José Raimundo Fontes Queiroz

1990 - Marli Calatrone de Aguiar

1991 a 1992 - Janilda Helena Bergamini

1993 a 1996 - Emanuel Souza Oliveira

1997 a 1999 - Lucinéia Confolonieri Bertolde

2000 – Maria Moreira Nisa

2001 a 2004 - José Jairo Moreira

2005 a 2006 - Maria Augusta Lages Borges

2007 - Arlete Gonçalves

2008 - Emanuel Souza Oliveira

2009 - Evanilce Souza Oliveira

2009 a 2012 - Andressa Tonini Malacarne

2013 - Ingrid Richeli Brandão Mendes de Oliveira




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