A décima edição da Brasil Ride, a principal ultramaratona de mountain bike das Américas, eleita por muitos como a mais difícil do mundo, tem início neste domingo (20) em Arraial d'Ajuda, em Porto Seguro. Entre os principais favoritos a largarem na prova está o brasileiro Henrique Avancini, que viveu em 2019 uma temporada inesquecível no circuito mundial. Avança, como carinhosamente é chamado, estará ao lado de Manuel Fumic (ALE), seu parceiro de Cannondale Factory Racing, em busca do tetracampeonato, o que o colocaria como o maior campeão da elite masculina.
Atual campeão brasileiro de XCO (cross country olímpico) e XCM (croos country maratona), Avancini encerra 2019 como o número 2 no ranking mundial da UCI (União Ciclística Internacional), além de ter sido o terceiro colocado geral da Copa do Mundo de MTB XCO na temporada. Na Brasil Ride, foi campeão em 2013, ao lado de Sherman Trezza, em 2017, com Jiri Novak (CZE), e da última edição, com Manuel Fumic.
Em entrevista, Henrique Avancini conta a expectativa para a edição de 2019 da Brasil Ride, fala da importância da prova na sua carreira, entre outros assuntos:
Qual é a tua relação com a Brasil Ride?
A Brasil Ride é uma corrida muito especial para mim, pois foi uma das minhas primeiras grandes vitórias de uma prova com prestígio internacional, em 2013. Para mim sempre foi uma boa chance de desenvolvimento, de comparação de parâmetro a grandes nomes do nosso esporte. E hoje é uma grande festa, uma corrida que entro para gastar o que sobrou durante a temporada.
Como está sua preparação para defender o título?
A preparação para a Brasil Ride foi positiva. Consegui balancear bem o desgaste da temporada, que foi extensa, com resultados expressivos conquistados durante o ano.
Quem são os principais adversários?
Temos este ano adversários de peso na lista de inscritos. Talvez seja a edição de mais alto nível, em dez anos de competição.
Sua experiência na prova, te dá quanto de vantagem em relação aos demais?
Se eu pudesse apontar uma vantagem é justamente ser um piloto local neste pelotão de frente. Vou contar não só com o conhecimento cultural, mas principalmente com o apoio dos amantes da bike, algo que me motiva e impacta bastante nos estrangeiros.
Como encara a possibilidade de tornar-se o maior campeão da elite masculina?
Vamos ver se a gente consegue alcançar esse feito. Estou bastante animado para competir e com certeza vamos entrar na prova com bastante seriedade para defender o título.
Qual é o balanço desta temporada em que você esteve o tempo inteiro entre os melhores?
Esta é a última parada para mim, em que fiz resultados expressivos e provavelmente a melhor temporada da minha carreira. Terminei mais uma vez na segunda colocação mundial e na terceira na classificação geral da Copa do Mundo. Chego à Brasil Ride em um momento memorável, em um ponto de destaque para mim, minha equipe e as pessoas ao meu lado e quem torce para mim.
Décima edição - Considerada a Giro d'Itália do MTB mundial, a ultramaratona marcada para 20 a 26 de outubro, no Extremo Sul da Bahia, oferece um forte desafio para os 570 participantes de 23 países. Durante sete dias, eles têm pela frente cerca de 600 km e quase 11.000 m de altimetria acumulada, entre trilhas e estradas de terra que ligam Arraial d'Ajuda, em Porto Seguro, a Guaratinga, na Vila Brasil Ride. No último dia da competição, o sábado (26), mais 1.500 ciclistas de todo o País juntam-se às estrelas do mountain bike internacional para a disputa da Maratona dos Descobrimentos. Uma oportunidade única de pedalar e ver de perto os melhores mountain bikers do mundo.