Um novo ano começou e o conselho para quem não quer terminá-lo atolado em dívidas é se planejar. O segredo é listar ganhos e despesas da família, escolher prioridades e controlar os pequenos gastos.
Para ajudar no seu planejamento para 2018, o site A Gazeta ouviu especialistas em finanças pessoais e elaborou 10 resoluções de ano novo para você ficar no azul.
O orçamento doméstico é a principal dica para planejar as finanças e controlar os gastos desnecessários.
“A primeira regra é criar o hábito de se fazer um orçamento familiar para organizar os gastos mensais da casa de acordo com o que entra, sempre procurando guardar um pouco para ter uma reserva financeira, que virá a suprir imprevistos que podem nos levar ao endividamento”, afirma o economista e professor da Universidade Vila Velha (UVV) Mário Vasconcelos.
Após fazer esse planejamento, o ideal é ter disciplina nas despesas. De acordo com o economista e professor universitário Laudeir Frauches, é preciso fazer o consumo com consciência.
“Não é errado comprar. É errado quando você consome além das possibilidades e se endivida. Por isso, é preciso gastar de acordo com a sua realidade financeira, se perguntando sempre ao comprar se você realmente precisa daquilo, se você tem o dinheiro, e se tem que ser agora”, aconselha.
Outra orientação é renegociar dívidas passadas, priorizando as com juros mais altos. “A negociação deve ser feita pessoalmente com seu banco, e o ideal é que você já leve sua proposta, levando em conta o que você pode pagar por mês e em quantas parcelas”, destaca Vasconcelos.
Os cartões de crédito, motivo campeão de endividamento das famílias capixabas, também merece atenção em dobro. A dica é fugir do pagamento mínimo das cobranças, que tem juros mais altos, e fazer contas do que já foi gasto no mês.
Confira as dicas para ter um ano novo no azul
Planejamento é a receita central para não se endividar
1. Adote o orçamento doméstico
A principal mudança de hábitos apontada por economistas para se ter uma boa saúde financeira é reunir a família e elencar os rendimentos e as despesas mês a mês, seja no papel, numa planilha no computador, ou até em aplicativos de celular. É importante que toda a família participe.
2. Escolha as prioridades e gaste com disciplina
A partir do planejamento financeiro familiar, elenque quais as prioridades de acordo com a realidade do lar, evitando gastos que podem levar ao endividamento. O conselho é que, antes de comprar, você se faça três perguntas: “preciso realmente disso?”, “tenho dinheiro para comprar?”, e “tem que ser agora?”. Só depois de ter três respostas ‘sim’ faça a compra.
3. Comece a fazer uma reserva financeira
Procure separar todo mês um parte do rendimento familiar para ter uma reserva financeira. A dica é tirar um percentual, como 10% por exemplo, e aplicar em uma caderneta de poupança, investir em títulos do governo, ou mesmo em um plano de previdência privado. Esse dinheiro pode ser útil em imprevistos, como doença ou mesmo defeito no carro, evitando que seja necessário contrair empréstimos.
4. Fuja do do pagamento mínimo dos cartões de crédito
Os cartões podem ser aliados no dia a dia, mas se você não souber usá-lo, ele pode se tornar um grande inimigo. Você deve evitar ao máximo pagar apenas a parcela mínima que vem na fatura, que levará ao crédito rotativo, que tem juros bem mais altos que o normal.
5. Peça sempre a sua via após compras com o cartão
Após fazer uma compra utilizando cartão de crédito, evite o “não precisa da minha via”. O comprovante é um maneira que você tem de controlar seus gastos. Uma boa opção e colá-los em um caderninho e ir fazendo as contas do seu limite.
6. Aproveite as promoções de supermercado
Se topar com uma boa promoção de produtos não-perecíveis em supermercados, fazer um pequeno estoque pode representar uma grande economia futura. Fazer uma lista das compras antes de sair de casa e pesquisas preços também é fundamental para não estourar o orçamento mensal com o supermercado.
7. Cuidado com gastos imperceptíveis
Aquele cafezinho diário, os lanches, ou mesmo as gorjetas que você dá no dia a dia precisam ser colocadas na ponta do lápis. Esses gastos que parecem pouco no cotidiano, no final do mês acabam somando uma quantia relevante, que pode fazer falta para fechar as contas.
8. Evite colocar as contas no débito automático
Se você está com dificuldade para pagar as contas em dia, o ideal é desabilitar aquelas que estão programadas no débito automático, isso porque, se você não tiver dinheiro, o banco vai usar o cheque especial, que tem juros mais altos do que pagar um boleto atrasado em alguns dias.
9. Renegocie dívidas passadas priorizando as com juros mais altos
Se você já tem dívidas em atraso, busca a negociação pessoalmente com seu banco. É importante já chegar com uma proposta do quando você pode pagar por mês e em quantas parcelas. Priorize o pagamento de dívidas mais caras, como as de cartão, que virão uma bola de neve com os juros altos.
10. Evite parcelar a perder de vista
No afã de sair comprando, muitos recorrem aos parcelamentos em dezenas de vezes. Como essas parcelas longas acabam comprometendo o orçamento de meses seguintes, o ideal é pagar sempre à vista.