A Polícia Civil prendeu na madrugada de hoje (12) o suspeito de acender o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, durante manifestação na última quinta-feira (6). Caio Silva de Souza foi preso em Feira de Santana, na Bahia, por policiais da Delegacia de São Cristóvão, que investiga o caso.
Caio estava em uma pousada da cidade baiana e não reagiu à prisão. Um mandado de prisão havia sido expedido na última segunda-feira (10) pela Justiça fluminense, pelo crime de homicídio doloso qualificado por uso de explosivo.
Os policiais buscavam Caio desde ontem. Durante as buscas dessa terça-feira, ele não foi encontrado em sua casa na Baixada Fluminense.
Caio Souza foi apontado pelo tatuador Fábio Raposo como o responsável por acender o artefato que provocou a morte do cinegrafista. Raposo está preso e confessou ter entregado o explosivo a Caio.
SINTERP/BA REPUDIA VIOLÊNCIA QUE MATOU CINEGRAFISTA E APOIA MOVIMENTOS
O SINTERP/BA, entidade formada por trabalhadores e que ajuda na construção dos movimentos populares, gostaria de manifestar o seu repúdio pelo que aconteceu com o cinegrafista da Band, Santiago Andrade, ferido por um rojão durante protestos contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro, na semana passada, o que acabou levando-o à morte cerebral.
O sindicato apoia os movimentos populares e acredita na força dos protestos para pressionar o governo a operar mudanças, mas repudia a violência em que acabam a maioria deles. Acreditamos no protesto sem violência, de cara limpa, de mãos dadas na rua, todos gritando palavras de ordem e almejando um objetivo comum. A força dos movimentos populares é indiscutível! Temos o direito de nos manifestar e promover mudanças em nosso país. Para que utilizar rojões em um protesto que deveria ser pacífico?
Precisamos promover a paz junto aos protestos e garantir que atos de violência como esse não acontecerão novamente. Queremos uma sociedade mais igualitária e temos que buscá-la sem violência. Todo o trabalhador da imprensa representa a si mesmo, como trabalhador e não o veículo para o qual trabalha. Não se pode confundir o trabalhador com a emissora. Os trabalhadores não têm culpa das grandes corporações monopolizarem a mídia. Quem morreu ali foi um homem com vinte nos de profissão como cinegrafista, casado e pai de família.
Os trabalhadores da imprensa sofrem muita discriminação quando trabalham para grandes grupos, mas eles não são aqueles grupos e sim pessoas que precisam trabalhar e que, muitas vezes, nem concordam com a linha de pensamento daquela empresa. Vale destacar a importância dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), como coletes balísticos, capacetes, botas e luvas que devem ser fornecidos pelas empresas e que ajudam a proteger o trabalhador em situações críticas.Somos ativistas dos direitos constitucionais em defesa da classe trabalhadora dos radialistas profissionais, um dos maiores segmentos da comunicação no país. Esperamos reconhecimento pela sociedade civil e respeito pela nossa atividade, principalmente dos responsáveis pelos veículos da mídia brasileira.