A Campanha da Fraternidade 2014 foi aberta pela CNBB – Confederação Nacional dos Bispos do Brasil nesta quarta-feira (5).
Com o tema “Fraternidade eTráfico Humano”, uma das questões sociais mais graves da atualidade, o objetivo geral da campanha é “identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”.
A Campanha tem também como objetivos específicos: identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração; denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano; reivindicar dos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano na vida familiar e social; promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico; suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador dessa realidade aviltante da pessoa humana; celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o cuidado às vítimas desse mal.
O Texto Base da Campanha da Fraternidade 2014 é um livro de 136 páginas dividido em quatro partes. A primeira parte trata da fraternidade e tráfico humano, mobilidade e trabalho na globalização, escravidão e preconceito, o enfrentamento ao tráfico humano. A segunda parte trata do lema da Campanha “É para a liberdade que Cristo nos libertou”; fala sobre o tráfico humano na Bíblia, o ensino social da Igreja sobre o tráfico humano, a dignidade e os Direitos humanos. A terceira parte do texto aborda o enfrentamento ao tráfico humano, o compromisso da Igreja Católica no Brasil sobre o assunto, oferece propostas para o enfrentamento do tráfico humano e indica canais de denúncia de casos de tráfico humano. A quarta parte do livro aborda a natureza e histórico das Campanha, os objetivos permanentes e temas das Campanhas da Fraternidade, e o gesto concreto ou a coleta de solidariedade.
Na abertura da Campanha foi divulgada a mensagem do Papa Francisco, que em carta aos brasileiros, destacou que não se pode ficar impassível ao fato de seres humanos serem tratados como mercadoria, citando a exploração de trabalhadores, as mulheres obrigadas a se prostituir e o tráfico de crianças para remoção de órgãos, pedindo que os fiéis usem a consciência.
"Como se pode anunciar a alegria da Páscoa sem se solidarizar com aquelas cuja liberdade aqui na terra é negada?", ponderou o Papa Francisco.