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Primeira assembléia do ano reúne radialistas e publicitários em campanha salarial

A maioria dos trabalhadores representados pelo sindicato recebe o piso salarial de R$ 1.168,00. Proposta é de R$ 1.448,00 como salário base.

Por: Clic101/Sinterp
Publicado em 14/03/2014 03:21

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No dia 11 de março aconteceu neste ano a primeira assembléia de trabalhadores com a direção do SINTERP/BA – Sindicato dos Trabalhadores em Radio, TV e Publicidade do Estado da Bahia, com o objetivo de aprovar a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2014. Ficou acertado que o reajuste pedido seria o índice do INPC mais 5% de ganho real. Os trabalhadores acreditam ser esta uma boa opção, de acordo com a realidade do período, considerando os reajustes concedidos a colegas da mesma categoria em outros estados, tendo ainda todos entendido não mexer nas cláusulas já acordadas da Convenção Coletiva de Trabalho e buscar implementar outras como medidas de proteção, segurança e transporte.

Foto: Divulgação Sinterp

Para Everaldo Monteiro, coordenador do SINTERP/BA, o INPC não deve alcançar um percentual muito elevado em 2014 e pode cair ainda mais até a data base, o que não condiz com a realidade de grande crescimento no setor de comunicação com altos faturamentos publicitários. “Alguns acordos feitos em outros estados apontam um cenário mediano, sem traduzir em baixas, diante disto, justifica ainda mais a necessidade de um reajustes favorável no salário dos trabalhadores após 12 meses de trabalho árduo”, refletiu.

Todos concordam que, contrariando qualquer expectativa na sociedade baiana, o salário de um Radialista é muito baixo, chega a ser vergonhoso em comparação a outras categorias, levando em consideração a importância e o risco da profissão. O Radialista assume um papel comprometido e responsável fazendo a cobertura da luta de todas as classes trabalhadoras, dos escândalos às grandes ascensões de personalidades no poder, em todos os escalões do governo, estando sujeitos aos erros e às criticas. Mas quem fala pelos Radialistas se não forem eles próprios? Um bom percentual incorporado ao salário é mais do que justo para quem doa seu suor diariamente em prol da comunicação de toda a sociedade.

Também brigamos pela valorização profissional, sim! – foi o que concluíram os participantes. Diante de um cenário ameaçador com momentos bastantes críticos na radiodifusão, tendo que enfrentar cada vez menos contratações com carteiras de trabalho assinadas, uma invasão desenfreada da alta tecnologia sem oferta de preparo pelas empresas, um esquema de arrendamento de horários com programas terceirizados sem comprometimento com a programação local, com baixa fiscalização dos órgãos competentes e o acréscimo da contratação de estagiários de forma abusiva, sem contar com a obrigatoriedade de pessoas jurídicas impostas pelas empresas, o que podemos fazer, além de lutar por valorização? A luta faz-se urgente e temos que nos engajar!

Enquanto não é sancionado o Projeto de Lei de Nº 3982/12 que está tramitando no Congresso Nacional que fixa o Piso Salarial Nacional dos Radialistas em R$ 2.488,00 mensais, com 30 horas semanais trabalhadas, a ser reajustado pelo INPC, precisamos de uma legislação que fixe o Piso Nacional dos Radialistas, passando a reconhecer o devido valor de uma das mais importante profissões do país, propondo um piso único para Radialistas com salário estimado . Em caso de aprovação, o piso acordado na Bahia subiria para esse valor.

Os estagiários que antes só podiam representar legalmente 5% do total de funcionários de uma empresa, hoje representam 15%. “Eles fazem trabalho de um profissional regulamentado e só recebem salário de estagiário, com carga horária integral, o que é ilegal”, declarou Daniel Levy, diretor do SINTERP/BA. Também é preciso lembrar da obrigatoriedade das empresas em manterem na sua grade de programação um percentual de 30% da programação local. “Temos que lutar para aumentar esse percentual e fazer valer a Lei com fiscalizações intensivas a garantir mais postos de trabalho,”, completou.

A maioria dos trabalhadores representados pelo sindicato recebe o piso salarial de R$ 1.168,00, lembrou Zezito Neri, diretor do SINTERP/BA. “Se não formos para a rua lutar pelo nosso salário, vamos chegar ao salário mínimo! Não é o sindicato que tem que fazer isso, somos nós trabalhadores! Vamos para a porta das empresas, o sindicato cria as estratégias. A consciência é nossa, temos que lutar por nossos direitos!”. Os diretores propuseram, para negociar, um piso salarial de dois salários mínimos de (R$ 1.448,00) como salário base.

Um dos trabalhadores presentes disse que compareceu à assembléia porque espera melhorias para a categoria, benefícios, salário mais alto. Para ele, o sindicato pode conquistar isso conversando com os empresários, as emissoras. Outro profissional disse que gostaria de alcançar um número acima do INPC e conquistar mais alguma coisa que venha contribuir com a renda do trabalhador. “Como esta é a primeira reunião, vamos conversar com alguns companheiros e analisar melhor para amadurecer para o próximo encontro, quando devemos trazer mais sugestões. Quanto à pauta, temos que comparar a que aprovamos no ano passado com a deste ano. Vou dar uma olhada para ver o que podemos acrescentar”, declarou. Outro trabalhador falou: “Vamos esperar a primeira negociação para vermos qual é a estratégia que o sindicato vai montar para conquistar o reajuste”.

Informações: Sinterp








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