Além do aquecimento global, o único grande problema brasileiro é a indigência da educação. Uma educação anacrônica, ainda calcada na capacidade de memorização, quando a humanidade nunca teve tamanho acesso à informação. Acreditar que alguém disponha desse insumo – a informação – e que apenas dele dependa transmiti-la a pessoas que nada sabem, é de uma imbecilidade atroz.
O professor precisa ser um indutor da curiosidade. Pronto a seduzir o educando para a mágica do aprendizado. Quem desvenda os segredos da vida a enxerga com outro olhar. Aventurase no mergulho do incessante e permanente aprendizado. Um dia sem nada aprender é um dia perdido nesta frágil e efêmera experiência existencial.
A educação é algo muito sério para se deixar exclusivamente aos cuidados do governo. Governo, neste Brasil tão complexo e tão injusto, pensa em eleições e na matriz da pestilência chamada reeleição. Interesses subalternos, conchavos, enriquecimento, favorecimento aos familiares e amigos, empreendimentos promíscuos e incestuosos entre a administração pública e o transitório ocupante do cargo.
Por isso o constituinte foi sábio ao contemplar a educação como direito de todos, mas como dever do Estado e da família, em colaboração com a sociedade. E se há algo de excelente em termos de projeto educacional brasileiro, ele é desenvolvido pelo sistema “S”. É antiga a participação do SESI na educação básica. Suas escolas são disputadas, pois são as melhores. Mas agora, principalmente depois da pandemia, o Presidente da FIESP, Josué Gomes da Silva, investiu de forma ainda mais consistente no plano de alavancar a escola pública. Constatou-se que a alfabetização fora seriamente prejudicada e o SESI se propôs a suprir a deficiência. Partese da inequívoca realidade de que alfabetização na idade certa, até o segundo ano do ensino fundamental, é a chave para que a criança tenha uma trajetória escolar de sucesso.
O prêmio PAR-Programa de Alfabetização Responsável premiou os municípios paulistas com o melhor desempenho em 2022, em alfabetizar essa faixa estudantil. Com o auxílio da UNICEF, do Bem Comum e do Canal Futura, baseado em dados oficiais, o SESI identificou oito municípios que têm o que mostrar em termos de resultado na alfabetização. Todas as cidades estão convidadas a participar do PAR de 2024. Quem agradece é o futuro do Brasil.