Em Imperatriz, no Maranhão, o juiz Marcelo Testa Baldochi, da Comarca de Senador La Rocque, embarcaria num vôo da TAM na noite de sábado (6), mas chegou atrasado, sendo impedido de embarcar pelos funcionários da empresa.
Em episódio relatado por O Globo e gravado num celular por uma pessoa presente no guichê da TAM, o juiz deu voz de prisão a três funcionários.
“Quietinho. O senhor está presinho, não sai daqui. Prá aprender a respeitar”, pode-se ouvir, se dirigindo a um funcionário. “E o senhor também”, diz o juiz a outro funcionário.
Chamada, a Polícia Militar conduziu os três funcionários apontados pelo juiz à 10ª Delegacia Regional de Imperatriz, onde foram ouvidos sob acusação de “desrespeitar o Código de Defesa do Consumidor”, e foram liberados em seguida, porque “o juiz, a parte acusadora, não compareceu à delegacia”.
Segundo nota, a TAM informou que “segue todos os procedimentos de embarque regidos pela Legislação do setor” e que “está colaborando e prestando todos os esclarecimentos às autoridades”.
Antecedentes
Em 2007, o juiz Marcelo Testa Balcochi foi acusado pela fiscalização do grupo móvel do Ministério do Trabalho de se utilizar de 25 trabalhadores em situação degradante (análoga à escravidão) na Fazenda Pôr do Sol, de sua propriedade, em Bom Jardim (MA).
Em 2011, o magistrado foi condenado pela Justiça maranhense a indenizar em R$ 31 mil quatro desses trabalhadores.
Em dezembro de 2012, o mesmo juiz foi agredido a facadas e pedradas por um flanelinha, a quem não aceitou dar dinheiro, na saída de uma pizzaria, em Imperatriz/MA.