Fala-se por todos os cantos e a todo momento em abertura democrática, ética, cidadania, competência gerencial, não à censura, liberdade de pensamento e de expressão, mas nada disso, ou falta de tudo isso, parece se adaptar ao episódio em que o diretor da Rádio Comunitária Cidade FM 104,9 de Itabela, retirou do ar dois programas jornalísticos daquela emissora, comandados por José Francisco Azevedo Júnior e Alex Barbosa, numa situação bastante típica em que um outro apresentador da própria emissora bem que poderia bradar nos microfones o seu velho bordão: “A MARRETA VOOU DO CABO”.
Mensagem passada pelo WhatsApp do grupo privado da rádio, originada do seu diretor e ex-prefeito Dino Pereira, veio à tona nesta terça-feira (8), postada em um grupo aberto por José Francisco Júnior, com uma consideração inicial sua.
Disse Júnior: “No meio deste vácuo de ética na política, recebi ontem o seguinte recado do companheiro dino pereira, diretor da rádio cidade”:
(Dino) “Senhores locutores, comunico a todos, principalmente ao júnior Cabelinho e o Alex Barbosa que os programas Bahia dia dia no Ar e, Questão de opinião, estarao fora do ar temporariamente. Sem discussão, questão fechada”.
Em seguida, Júnior diz: ´Veja que forma “democrática” de se expressar não acham? Não é a primeira vez que ele tentará impor uma censura, mas seguramente será a última`.
“Parafraseando marina silva ´eu perco o programa mas não os meus princípios`”, completa Júnior.
A editoria do CliC101 manteve contato com as partes envolvidas no episódio, tendo ouvido versões e pontos de vista distoantes.
Do lado dos ´afastados`, Júnior confirmou que o episódio é tratado por ele como censura, demonstrando indignação com a forma como a decisão foi tomada, sem nenhuma tratativa prévia, creditando como de natureza política e especialmente como consequência da participação do candidato a candidato Luciano Francisqueto no último programa, que teria gerado “ciúmeiras e polêmicas”.
Alex Barbosa disse estranhar o radicalismo, já que sempre tiveram, ele e o seu parceiro Alex Gonçalves, o melhor relacionamento, com diálogo franco e permanente com o diretor Dino Pereira, e que não lhes consta nenhuma discordância quanto a linha editorial do seu programa.
Já o diretor Dino Pereira alegou a retirada dos programas do ar por questões relativas à legislação eleitoral e da radiodifusão, disse que estaria trabalhando junto a sua assessoria jurídica para traçar um planejamento, reestruturar os programas, de forma a evitar ferir as normas vigentes e se acautelar para o futuro.
Segundo Dino, teria sido feita orientação anterior sobre a condução do programa dirigido por Júnior, com reiteradas discordâncias da sua orientação, inclusive quanto ao tempo dispensado aos entrevistados.
Nas entrelinhas, os ´afastados` não estariam dispostos a retornar com os respectivos programas, salvo com algumas arestas bastante sinuosas a serem aparadas, além da formalização dos vínculos entre emissora e apresentador, situação relatada particularmente por Júnior ´Cabelinho`.