“Defensor de mudanças estruturais na Igreja Católica e no cotidiano, o papa Francisco trará ao Brasil uma mensagem de simplicidade e de aproximação com os pobres. Ele está dando todos os dias, um testemunho muito grande daquilo que ele entende como rumos que devem ser dados à vida da igreja hoje no mundo e, claro, também no Brasil”, afirmou o cardeal brasileiro d. Cláudio Hummes.
"O que mais nos impressiona a todos é essa simplicidade que ele quer dar à vida da igreja. Uma igreja mais simples, mais pobre, uma certa austeridade, fugindo daquilo que é excessivo", disse d. Cláudio, bastante próximo do pontífice argentino.
"Aqui no Brasil, não quis nada especial, quer um quarto como o dos demais cardeais de sua comitiva. Não mais que isso. São sinais que nos mostram para onde ir, muito mais que um grande discurso."
O cardeal franciscano, que está em São Paulo e irá ao Rio participar da Jornada Mundial da Juventude, afirmou que o papa "propõe mudanças de estruturas na igreja e na nossa vida de todos os dias".
D. Cláudio acredita que essa mensagem de despojamento será bem recebida pelos jovens que participarão da Jornada Mundial da Juventude, na semana que vem.
"Os jovens vão aos poucos se cansando com o que está sendo proposto como sentido de vida, muito esvaziado, muito superficial, na direção de consumismo, de coisas imediatas", afirmou. "O papa disse que a cultura atual oferecida aos jovens é um prato de comida deteriorado e, portanto, fará mal. E os jovens vão percebendo isso."
No dia em que o papa Francisco foi escolhido, em 13 de março, d. Cláudio apareceu ao seu lado no balcão do Vaticano, quebrando o protocolo.
Dias depois, o próprio papa explicou: um comentário do brasileiro durante o conclave, "não se esqueça dos pobres", o inspirou a escolher o nome Francisco.