Seria cômica se não fosse uma verdadeira tragédia, a frase proferida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (15), depois das contundentes declarações dos Procuradores da Lava Jato:
“A profissão mais honesta é a do político. Por mais ladrão que ele seja, todo ano ele tem que ir pra rua tentar voto. O concursado, não, faz uma faculdade, e tem emprego garantido para o resto da vida”.
Você que estudou, se submeteu a todos os sacrifícios pessoais e familiares para fazer uma faculdade, prestou concurso público, foi aprovado, leva uma vida austera de trabalho decente e honesto, deve estar imaginando a que descalabro chegamos quando um ex-presidente reúne a imprensa nacional e internacional para fazer insinuações dessa natureza, que coram a face dos brasileiros, envergonham e dão o pior dos exemplos para uma juventude que precisa de educação como única forma de nos tornarmos uma nação desenvolvida, independente.
À parte qualquer conotação política, ideológica, partidária, se as acusações são ou não verdadeiras, se Lula praticou ou não as transgressões às leis que lhe estão sendo imputadas, se ele vai ou não a pé até a prisão, se o querem ou não proscrito da vida pública, a verdade é que as declarações são literalmente infelizes, no fundo são uma apologia à desonestidade, ao crime, induz à desonestidade generalizada dos políticos, o que não reflete a realidade, e expõem o verdadeiro descaso com a educação real que precisamos, ao contrário daquela que alguns políticos alardeiam que vão fazer e acontecer, inclusive no momento atual nos programas eleitorais, com discursos falaciosos de candidatos a prefeito e a vereador.
Bem que o meu velho e dileto amigo Abílio Manzoli já me falava há muitos anos: “Cabeça tem que ter democracia, mas lígua tem que ter governo”.
