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VIOLÊNCIA

Segurança Pública tenta “maquiar” a realidade da Bahia, segundo SINDPOC


Por: CliC101 | Ascom Sindpoc
Publicado em 10/06/2017 09:16

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O Sindicato dos Policiais Civis (SINDPOC) reafirma a veracidade dos dados coletados pelo Atlas da Violência 2017, através do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), e salienta que a Secretaria de Segurança Pública tenta “maquiar” a realidade onde a Bahia é apontada como o Estado que possui o maior número de cidades na lista das 30 mais violentas do Brasil: Eunápolis, Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Lauro de Freitas, Simões Filho, Barreiras, Camaçari, Alagoinhas e Feira de Santana. O SINDPOC frisa que o Estado lidera o ranking nacional de homicídios, pelo sétimo ano consecutivo, devido à presença de muitos bolsões de miséria e ao processo de sucateamento da polícia baiana.

 

O Presidente do SINDPOC, Marcos Maurício, em nota enviada à imprensa, destaca que a sociedade baiana vive uma guerra que está sendo, a todo tempo, maquiada e escondida pela Secretaria de Segurança Pública. “Ficou nítido a tentativa do Secretário em se eximir da responsabilidade no resultado dos altos índices de violência que estão ocorrendo, desde a sua entrada em 2011, como titular da pasta. Não foi explicitado por ele como chegamos a mais de 40 mil mortes violentas intencionais no nosso Estado, entre 2011 e 2017, e que as ações de combate à violência se resumem às construções faraônicas, sem resultado efetivo à sociedade”, critica o sindicalista.

 

 

Segundo o investigador e Vice-Presidente do SINDPOC, Eustácio Lopes, a cada 100 homicídios que ocorrem na Bahia, apenas 8 são elucidados, ou seja, o Estado consegue elucidar apenas  8% dos homicídios. “As delegacias Territoriais se transformaram em delegacias de caráter cartoriais e burocráticas, basicamente, para registros de ocorrências, com interrupção das investigações criminais e a consequente queda da elucidação dos delitos. Essa deficiência na elucidação dos homicídios, aumenta a sensação de impunidade na sociedade e gera mais violência. Não podemos esquecer do quadro de total precariedade que encontra-se a Polícia Civil como péssimas condições de infraestrutura, falta de investimento em capacitação e qualificação dos servidores, ausência de tecnologia apropriada, entre outros”, protesta.

 

Dos 417 municípios baianos, cerca de 180 estão sem policiais civis ou possuem efetivo insuficiente para dar conta da demanda social. O Estado tem, atualmente, menos de 7.500 servidores da Polícia Civil. “Quando, na verdade, deveríamos ter, a partir de 2009, 12.000 policiais trabalhando a serviço da sociedade. Esses casos que não são elucidados estimulam os crimes cinematográficos e a prática do velho cangaço e levam o terror e medo à população como as  explosões dos caixas eletrônicos e os ataque às Companhias da Polícia Militar, entre outros”, pontua o investigador e Vice-Presidente do SINDPOC, Eustácio Lopes.

 

De acordo com o Presidente do SINDPOC, o  combate à violência não é uma receita pronta, deve envolver ações intersetoriais entre Segurança Pública, saúde, educação,  infraestrutura e emprego. “Também não se pode esquecer como fundamental a melhoria das condições de trabalho, capacitação continuada, eficaz estrutura de sistemas integrados de comunicação, valorização econômica e dos profissionais. Precisamos de uma política pública que promova  igualdade de oportunidades e o respeito às  diferenças. São elementos essenciais para a diminuição desse desastre social que se instalou em nosso Estado!”, reivindica Marcos Maurício.

 

O Vice-Presidente do SINDPOC cita o exemplo da cidade de Nova York, EUA, onde o prefeito promoveu o fortalecimento das instituições policiais e decretou uma política de “Tolerância Zero” ao crime, algo que gerou uma redução drástica da violência. “ Na Bahia, a população vive com medo, refém  da violência, as pessoas não podem andar livremente com celular e smartphone. Por outro lado, percebemos um crescimento das organizações criminosas!”, frisa Eustácio Lopes.








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