Não foi por falta de luta incessante de entidades representativas da sociedade civil, maçonaria, OAB, comunidade, estudantes, professores, clubes de serviço, classe produtora, sindicatos, homens públicos, e a notícia que ninguém queria ler nem ouvir, tragédia já anunciada, acaba de ser consumada, com a desativação da Comarca de Itabela decidida pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA).
Nos bastidores, já eram vislumbradas nuvens negras no horizonte, e as análises detalhadas da situação, depois de terem sido adotados todos os procedimentos técnicos possíveis pelos defensores da Comarca, apontavam que a única possibilidade restante seria atuação política forte junto ao TJBA.
Fragilidade política
Entretanto, diante da lamentável constatação de que parecendo não existir em Itabela força política forte, com poder de articulação e prestígio real junto aos escalões superiores, desembargadores, governador, senadores, deputados, “a vaca estaria indo literalmente para o brejo”, o que acabou lamentavelmente acontecendo.
O lamentavelmente fica por conta do sofrimento que as pessoas mais necessitadas passarão a somar ao pouco ou quase nada que ainda lhes resta, agora também sem acesso à Justiça.
A população sempre chamada para exercer o seu direito de cidadão, embora seja compulsoriamente obrigada, que depositou seu voto nas urnas, agora, mais uma vez, fica sem respostas para algumas perguntas sempre reincidentes, e mais do que nunca a sofrer com o descaso dos representantes políticos, os já conhecidos “copa do mundo”, eleitos com os votos dos itabelenses, e que fechadas as urnas, dão as costas para o povo e só voltam a aparecer quando lhes convém, certamente numa próxima eleição.
Deputado teria "tirado o braço da seringa"
Nos bastidores, há comentários de que determinado deputado de alto coturno teria feito uma carta apenas “pró-forma” ao Tribunal de Justiça (TJBA), porque por trás das aparências, teria “tirado o braço da seringa” em suposta manifestação ao TJ, sob o argumento de que os votos aqui recebidos não justificariam a defesa da causa.
Desativação
Por 43 votos a 11, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decidiu pela desativação de 16 comarcas judiciais. A maioria dos desembargadores seguiu o voto do relator, que pediu a desativação das unidades de Antas, Cipó, Governador Mangabeira, Ibirataia, Igaporã, Itabela, Itagibá, Jitaúna, Laje, Maragogipe, Pindobaçu, Presidente Jânio Quadros, Sapeaçu, Tanhaçu e Taperoá. A comarca de São Félix também será desativada, mas apenas após a promoção e remoção dos magistrados titulares.