Um grupo de policiais voltou a suspender as atividades por 24 horas, a partir desta quinta-feira (3). É o segundo dia de manifestação da categoria, que já havia feito a manifestação na última quinta-feira (27).
O trabalhadores reivindicam reajuste nos salários, plano de carreira e o passaporte da vacina atualizado para aqueles que utilizem serviços nas delegacias do estado. Apenas registros de flagrantes e levantamentos cadavéricos serão realizados.
O Lockdown Semanal que volta a acontecer nesta quinta-feira (3) na Bahia, ação coordenada do Operação Padrão para reivindicar valorização profissional com a regulamentação do salário de nível superior, será marcado por protesto contra o descaso do Governo do Estado quanto a segurança pública.
O Lockdown de 24 horas dá continuidade ao planejamento do Movimento Juntos Somos + Fortes (MJSMF) para exigir a regulamentação do artigo 46, parágrafo 1º, da lei nº 11.370/2009, que concede a Investigadores, Escrivães e Peritos Técnicos salário de nível superior. Durante toda a quinta-feira, apenas serão executados serviços de flagrantes e levantamentos cadavéricos como forma de pressionar o Governo do Estado para que a exigência da categoria seja atendida.
Ana Carla Souza, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (SINDPOC) conclamou os colegas IPCs, EPCs e PTCs a aderirem ao protesto e defenderem os interesses da classe. "O pleito é justo, nós precisamos de um salário digno, um salário de nível superior. Não dá mais pra ficar com esse fosso salarial", justificou Souza.
Ato de Cruzes
Além da programação já estabelecida pelo MJSMF, a partir das 11h a categoria se unirá em protesto na frente da Igreja do Senhor do Bonfim, em Salvador, onde será realizado novo "Ato das Cruzes" para expressar o descontentamento da categoria com os rumos da segurança pública na Bahia, que se tornou campeã em homicídios pelo terceiro ano consecutivo.
Os altos índices de violência, bem como a insatisfação dos policiais civis diante das negativas aos pedidos de regulamentação do salário de nível superior, revelam que faltam ao Governo do Estado interesse em investir no fortalecimento da segurança pública, na proteção dos cidadãos, na defesa dos interesses da sociedade e na inteligência que viabilizaria a resolução de mais casos que seguem sem conclusão.
Sobre o desinteresse do Governo em discutir as demandas dos policiais civis, o presidente do SINDPOC pontuou a frustração da categoria. "Já temos dito há algum tempo que no quesito segurança o Governo do Estado jogou a toalha. Infelizmente, o governo, de forma intransigente, tem evitado conversar com os policiais civis da Bahia, fato esse extremamente lamentável", declarou Lopes.