Os números apontados no Mapa da Violência no ano base de 2012 mostram que a mortalidade juvenil continua crescendo em nosso país. A cada dia morreram, em média, 154 pessoas vítimas de homicídio no Brasil. Ao todo, foram 56.337 assassinatos naquele ano, 7% a mais que em 2011.
As principais vítimas são jovens do sexo masculino e negros com idade entre 15 e 29 anos, com 30.072 vítimas desse tipo de morte. O número representa 53,4% do total de homicídios do país. Desse total, 91,6% eram homens.
Os dados de 2012, último ano da série projetada pelo mapa, mostram ainda que a partir dos 13 anos de idade, o percentual começa a crescer. Passa de quatro homicídios a cada 100 mil habitantes para 75, quando se chega aos 21 anos de idade.
Os homicídios também vitimam majoritariamente negros e pardos. Foram 41.127 negros mortos, em 2012, e 14.928 brancos.
Considerando toda a década (2002 – 2012), houve “crescente seletividade social”, nos termos do relatório. Enquanto o número de assassinatos de brancos diminuiu, passando de 19.846, em 2002, para 14.928, em 2012, as vítimas negras aumentaram de 29.656 para 41.127, no mesmo período.
Entre 2002 e 2012, houve crescimento dos homicídios em 20 das 27 unidades da Federação. Sete delas tiveram crescimento explosivo: o Maranhão, Ceará, a Paraíba, o Pará, Amazonas e, especialmente o Rio Grande do Norte e a Bahia, como registra o estudo.
No nosso estado, nos primeiros seis anos do governo Jaques Wagner, o número de crimes mais que dobrou. Em 2006, último ano do governo Paulo Souto, eles foram 2.823, e em 2012, sexto ano do governo Wagner, 5.936.
O Mapa da Violência é de responsabilidade do Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, feito a partir de homicídios registrados pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.