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Agressão a repórter do Bocão News tem grande repercussão; Governador promete apuração rigorosa


Por: Clic101 / Bocão News
Publicado em 06/07/2015 08:09

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A agressão sofrida pelo repórter Marivaldo Filho, do site Bocão News, repercutiu com grande intensidade em todos os setores.

Foto: Bocão News

Matéria divulgada no Bocão News

“O editor de política do site Bocão News, Marivaldo Filho, foi espancado por policiais militares na noite deste sábado (4), no bairro do Bonfim, em Salvador. De acordo com o jornalista, ele estava em uma confraternização, quando duas pessoas se desentenderam. "Tinha uma viatura perto na hora. Durante a abordagem, os policiais tiveram uma postura a favor de um dos envolvidos na briga, que era policial, e deram início a uma sessão de espancamento contra o outro. Os policiais chegaram até a ralar o rosto do rapaz no chão. Por conta da atitude, decidi registrar a ação”, conta.

Segundo o profissional de imprensa, um dos policiais que percebeu que ele fazia o registro da ação, imediatamente o abordou e de forma violenta. "Ele pediu para apagar a foto. Eu disse que não iria apagar. Tentei argumentar que não tinha porque apagar. Isso gerou uma fúria maior no policial, que me deu voz de prisão”, afirmou.

Marivaldo foi algemado e levado para o camburão da viatura da PM. Antes, foi vítima uma série de agressões. “Ele começou a dar vários socos em minha cabeça. Depois pediu meu celular e pediu para destravar para que ele pudesse apagar as fotos. Eu tinha recebido tanto soco que não tinha mais condições nem de digitar a senha do meu celular. Quanto mais errava a senha, mais socos recebia. Ele pegou alguma coisa no chão, que eu acredito que tenha sido uma pedra, e me agrediu. Sangrou muito. Acho que o PM só parou de me bater quando viu que eu estava sangrando muito", relatou.

Marivaldo Filho foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Roma pelos próprios policiais e recebeu atendimento dos profissionais de saúde algemado. "Depois de ser brutalmente agredido, ainda passei por constrangimento para tomar ponto na cabeça com todo mundo na UPA olhando para mim como se eu fosse um criminoso”, lamentou. O repórter levou sete pontos na cabeça, e ficou com diversos hematomas.

O jornalista foi levado após atendimento para a Central de Flagrantes, nos bairro dos Barris. “Na versão deles, eles disseram que eu tinha desacatado eles. Disse que falei ‘policiais de merda’. Inventaram uma história só para defender o amigo deles”, denuncia.

Marivaldo garante que tomará todas as medidas cabíveis. “Independente dos riscos, de tudo que isso implica, eu vou denunciá-los na corregedoria da Polícia Militar e vou procurar o Sindicato dos Jornalistas também”.

Na manhã deste domingo (5), o editor do Bocão News esteve no Departamento de Polícia Técnica (DPT) para fazer exame de corpo de delito”.

Governador Rui Costa se manifesta nas redes sociais

“O fato divulgado na manhã deste domingo pelo site de notícias Bocão News tem de ser devidamente apurado. A Polícia Militar deve agir dentro dos parâmetros da legalidade. O meu governo atuará sempre para assegurar que a democracia seja vivida de forma plena, garantindo a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, o direito de o jornalista exercer sua profissão mediante qualquer situação. Não permitiremos em nosso estado intimidações, constrangimento e nenhum tipo de violência contra o profissional ou contra o cidadão que denuncie ato ilícito. Determinei ao secretário de Segurança, Maurício Barbosa, e ao comandante da PM, coronel Anselmo Brandão, a apuração rigorosa dos acontecimentos noticiados pelo Bocão News, em que o editor de política do referido site, Marivaldo Filho, afirma ter sofrido violência por policiais militares no exercício de seu trabalho.
Reitero que os policiais militares da Bahia têm o dever de garantir a segurança da população e a paz nas ruas, conforme os preceitos legais”.

Sindicato dos Jornalistas emite Nota e acompanha o caso

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) prometeu acompanhar a agressão sofrida pelo jornalista Marivaldo Filho. Informou ainda que encaminhou a nota de repúdio à Associação Bahiana de Imprensa, Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia, Federação Nacional dos Jornalistas, Federação Interamericana de Imprensa, Organização Internacional do Trabalho, Anistia Internacional, ONU e órgãos de imprensa.

Nota de revolta e protesto

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) vem a público manifestar sua profunda indignação contra a brutal e covarde agressão sofrida pelo jornalista  Marivaldo Filho, editor de política do site Bocão News, ocorrida na madrugada do último sábado (05.07), na Cidade Baixa, praticada por homens que envergavam a farda da Polícia Militar da Bahia, mas que mostraram a ferocidade própria de jagunços ao espancar violentamente o colega e agredí-lo com uma pedrada, que resultou num corte profundo na cabeça.

 

Estes homens, que adotaram posturas próprias de malfeitores, receberam da autoridade estadual a função de proteger a sociedade baiana, o que torna mais grave a violência empregada contra um cidadão e jornalista, que, por dever de ofício, registrava uma agressão anterior contra um jovem envolvido em um desentendimento.

Vários outros casos de intimidação com filmagem dos jornalistas por policiais militares fardados, ameaças veladas ou reais através de diálogo pessoal , telefonemas, emails e uso de redes sociais se tornaram uma prática corriqueira nos momentos em que a atividade profissional do jornalista choca-se contra interesses escusos daqueles que agem sob o manto de uma corporação, mas que desonram sua farda e até os conceitos mais básicos de civilidade.Reuniões, apelos, notas e ofícios encaminhados pelo Sinjorba à Secretaria de Segurança Pública da Bahia e ao Comando da Polícia Militar da Bahia não resultaram em medidas práticas e visíveis contra a ação dessa minoria que envilece a PM da Bahia. 

O Sinjorba vai acompanhar o colega Marivaldo sempre que for solicitado e monitorar este caso até as últimas consequências, para que não sejamos obrigados a, em breve, divulgar nota de pesar por motivos mais graves. A presente nota está sendo encaminhada para a Associação Bahiana de Imprensa, Ordem dos  Advogados do Brasil - Seção Bahia, Federação Nacional dos Jornalistas, Federação Interamericana de Imprensa, Organização Internacional do Trabalho, Anistia Internacional, ONU e órgãos de imprensa.     

Salvador, 05.07.2015

Marjorie da Silva Moura

Presidente do Sinjorba








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