Medidas Provisórias (MPs) editadas pelo Governo Federal reduzindo o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que deveria ser pago pelas montadoras de veículos, teriam sangrado indevidamente os cofres de estados e municípios, de acordo com estudo da Consultoria Legislativa do Senado, órgão que presta assessoria técnica aos congressistas.
Segundo cálculos da consultoria, estados e municípios perderiam R$ 2,1 bilhões só com a MP 512, editada em 2010 e aprovada por deputados e senadores.
Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, as mais pobres do país e que o governo federal se propunha a ajudar com as regras de “estímulo à indústria automotiva”, prefeitos e governadores teriam seus cofres sangrados em R$ 1,3 bilhão, e a União perderia 53% dos recursos, para beneficiar as montadoras CAOA/Hyundai, MMCA Automotores/Mitsubishi e Ford.
Com a recente prisão de cinco lobistas pela Polícia Federal na Operação Zelotes, suspeitos de corromper parlamentares e funcionários do governo para viabilizar os benefícios, três Medidas Provisórias editadas nos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (471/2009; 512/2020 e 627/2013) estão sob suspeita de ter sido compradas por um esquema de lobby e corrupção a serviço do setor automotivo.