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GOLPE MILIONÁRIO

Padre argentino usava pessoas idosas e fundação humanitária para lavagem de dinheiro

Banqueiros e nobres que estariam envolvidos no esquema foram denunciados pelo religioso

Por: CliC101 / Istoe
Publicado em 14/02/2016 09:52

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Acusado de aplicar um golpe que pode chegar a 30 milhões de euros, cerca de 135,4 milhões de reais, o monsenhor argentino Patrizio Benvenuti, 64 anos, que tem dupla nacionalidade italiana, juntamente com uma freira, um barão, uma princesa belga e a esposa de um herdeiro de trono europeu, usava uma fundação humanitaria, tendo como vítimas cerca de 300 pessoas idosas, num muito bem elaborado esquema de lavagem de dinheiro.

Foto: Riccardo De Luca/AP

Capelão militar na diocese italiana de Chiavari e integrante do tribunal eclesiástico da Santa Sé, Benvenuti, que usava uma suposta proximidade com o Vaticano para arrecadar doações para sua fundação Kepha, foi preso na última semana quando embarcava para as Ilhas Canárias, onde vive.

Por traz do esquema, o monsenhor mantinha uma vida de alto luxo e ostentação, com uma vila do século XV na Toscana, terrenos, edifícios, um grande sítio arqueológico na Sicília e obras de arte valiosíssimas. O tesouro em espécie estava espalhado em contas correntes na Alemanha, Luxemburgo, Estados Unidos e Panamá.

O esquema começou a ser desvendado depois que uma ex-freira, que havia assinado contratos relacionados a uma empresa criada pelo religioso, dada a confiança que depositava nele, denunciou à polícia movimentação inexplicável de milhares de euros em sua conta bancária.

Segundo informações prestadas à polícia, Benvenuti diz que na operação há nobres e banqueiros envolvidos, mas quem acabou preso foi ele, um padre, enquanto outros fugiram para o Panamá. Justificou que morava numa casa do século XV na Toscana porque era de família rica, filho de industriais que fizeram fortuna na Argentina e se mudaram para Genova/Itália. Confirmou os jantares de gala que promovia, denunciados pela ex-freira: “Eram para financiar projetos sociais.” E afirmou que não estava fugindo para as Canárias, apenas indo descansar à beira-mar. “Eu só queria passar minha velhice lá, no silêncio e na paz...”.








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