O ex-secretário de Governo e Comunicação do município de Porto Seguro e também ex-chefe de Gabinete em Itabela, Edésio Ferreira Lima Dantas, um dos dois acusados de participação no assassinato dos professores Elisnei Pereira e Álvaro Henrique em setembro de 2009, teve o pedido de anulação do juri popular negado nesta quinta-feira (11/07) pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.
Edésio, que aguarda julgamento em liberdade, é acusado pelo crime por homicídio qualificado, em emboscada em frente ao sítio da mãe de Álvaro Henrique, zona rural de Porto Seguro, tendo ficado preso por oito meses.
As vítimas eram integrantes da APLB - Sindicato dos Trabalhadores em Educação, e na época mantinham negociação salarial da classe no município de Porto Seguro.
Em janeiro de 2012, o mesmo secretário passou a ser alvo de uma investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) por desvio de verbas. O MP-BA descobriu que ele movimentou mais de R$ 2 milhões entre fevereiro e maio de 2010, três meses depois de ser libertado da prisão.
Os dados são no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão de inteligência do Ministério da Fazenda. No período em que Edésio trabalhou como secretário de Porto Seguro, ele recebia um salário de R$ 6 mil por mês.
O suspeito ficou no cargo por 14 meses e o máximo que poderia ter em conta, sem gastar nada, são R$ 95 mil descontando as férias e o 13º salário. O relatório do Conselho foi anexado ao processo e cita Edésio como mandante da morte dos dois professores em 2009.
De acordo com informações do TJ-BA, no voto do relator, o desembargador Jefferson Alves de Assis, a sentença de pronúncia é condizente com a denúncia e as provas dos autos. "A decisão do juiz de primeiro grau fica mantida, até que após o Tribunal do Juri, a sentença e a pena sejam anunciadas pelo juiz", informou.
Original: Radar64