Durante audiência pública na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (9), em sessão de debates da Comissão Especial de Combate à Corrupção, o procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dalagnol, disse que apenas uma pequena parcela dos crimes de corrupção é punida no país, citando estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) pelo qual apenas 3% dos corruptos brasileiros são punidos, lamentando ao dizer que “vivemos um paraíso da impunidade no Brasil”.
Segundo o procurador, o crime de corrupção no Brasil é de baixo risco e alto benefício. Ainda que haja punição, “a pena dificilmente passará de quatro anos e provavelmente será prestação de serviços à comunidade e doação de cestas básicas”, além do que, após o cumprimento de um quarto dessa pena, ela ainda pode ser perdoada.
Para o procurador da República, a corrupção é apartidária, e não adianta mudar o governo na tentativa de resolver o problema. “Se queremos mudar, tem que mudar o sistema”, disse Dallagnol, para quem a Lava Jato “é uma exceção que confirma a regra”.
Veja aqui o vídeo com depoimentos de apoio às 10 medidas contra a corrupção.