A Telexfree foi à Justiça para tentar limpar o nome na praça. A empresa, acusada de ser uma pirâmide financeira, tem sido alvo protestos em cartório por atrasar os pagamentos de um contrato de construção de um hotel.
Acusada de ser uma pirâmide financeira, a Telexfree está com as contas congeladas desde junho de 2013. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Estado (MP-AC). O órgão diz que o faturamento milionário da empresa de marketing depende, sobretudo, das taxas de adesão pagas pelos divulgadores, como são chamados seus representantes.
Parte desse faturamento seria investido no Design Hotel Tijuca, a ser construído na zona oeste do Rio. Em outubro de 2012, a Telexfree fechou um contrato de R$ 32,25 milhões com a incorporadora Tijuca Design Hotel SPE. Do total, R$ 15,8 milhões foram pagos, segundo informações prestadas à Justiça.
Com o bloqueio de junho, a Telexfree deixou de fazer os pagamentos. A incorporadora, então, decidiu protestar os títulos no Cartório Privativo de Protestos de Títulos e Letras de Vitória. O estabelecimento já contabiliza três protestos sustados por decisões judiciais. Apenas um quarto, no valor de R$ 980.930,75 e apresentado em 17 de agosto, continua ativo.
Telexfree obtém vitória e processo vai a Brasília
José Nantala Bádue Freire, do Peixoto e Cury Advogados, ressalta que os protestos não terão muito impacto para a Telexfree, mas que eles podem ser usados num eventual pedido de falência da companhia.
“Como a empresa já está com sua situação patrimonial totalmente comprometida e seus bens encontram-se bloqueados, este protesto representa apenas a materialização de mais uma dívida da Telexfree, cobrada agora pelos seus antigos parceiros comerciais”, diz Freire.
Além disso, é provável que no futuro próximo a Telexfree consiga fazer os pagamentos à incorporadora – os divulgadores continuarão sem receber. Na sexta-feira (18), uma decisão judicial da 2ª Vara Cível de Rio Branco autorizou a liberação de verbas para pagar quitar a dívida da empresa com a Tijuca Design Hotel
Embora o hotel tenha de ser dado em garantia para que as verbas sejam liberadas – como prevê a decisão – a promotora responsável pelo caso, Alessandra Marques, avalia que esses recursos ficarão mais longe dos divulgadores.