O Tribunal Regional Eleitoral (TER) julga nesta segunda-feira (30) o processo que já tramita há dois anos e pode levar a cassação do mandato do deputado federal Uldurico Júnior (PV) por abuso de poder econômico.
Uma das testemunhas do processo declarou em juízo que foi comprada pelo atual vereador e suplente na Câmara Federal, Joceval Rodrigues (PPS), autor do processo contra o deputado e que havia ficado suplente ao cargo de deputado federal, logo após as eleições de 2014. No depoimento, Jocimara Salgado disse que recebeu quantias em dinheiro e uma promessa de cargo no gabinete de Joceval, caso ele conseguisse a vaga em Brasília. A declarante afirmou que em todos os testemunhos dados durante o processo foi orientada em várias reuniões pelos advogados de Joceval para prejudicar Lucas Bocão (PV), vice-prefeito de Teixeira de Freitas e o deputado Uldurico Júnior.
O vereador Joceval Rodrigues nega que tenha comprado testemunha. “Minha assessoria jurídica já tomou ciência disso, como várias tentativas de postergar e dar outro rumo ao processo [..]É uma pena, uma declaração dessas é muito grave. Duas testemunhas favoráveis a ele foram presas, saíram algemadas. Não quero fazer nenhum tipo de comentário sobre isso”, disse o vereador, asseverando que Jocimara não é testemunha dele. “Ela não é minha testemunha, ela foi até o Ministério Público e denunciou tudo que nós estávamos falando no processo, então anexamos declarações dela denunciando Uldurico de até mesmo não ter pago a ela quando trabalhou na rádio, e por isso o juiz a convidou para testemunhar nesse caso”. Afirma ainda que seu contato com a declarante é “Zero. Só nas audiências na presença do juiz”, e que está tranquilo. “Eu tenho o mandato de vereador, estou extremante tranquilo, espero que a justiça seja feita. Confio na justiça baiana e espero que essas manobras de postergar o processo não sejam mais um motivo para que a verdade não seja colocada a tona”.
Já o deputado federal Uldurico afirmou que tomou conhecimento do assunto e vai entrar com uma queixa crime contra Joceval. “Ele está tentando ganhar o mandato no tapetão. Comprar uma testemunha é um crime e ele tem que pagar”. O parlamentar disse que não tem contato com a testemunha, mas a conhecia “quando era funcionária da rádio que eu trabalhava [em Teixeira de Freitas ], depois que saiu nunca mais a encontrei”.
