Informações da revista Veja dão conta de que o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, teria revelado em delação premiada que a cobertura tríplex que o ex-presidente Lula comprou na praia do Guarujá, em São Paulo, foi, na verdade, um presente da empreiteira.
Pinheiro teria contado que em 2010 soube que Lula estaria interessado no imóvel, recado transmitido por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, que teria pedido ao empreiteiro para reservar uma cobertura tríplex do prédio para o ex-presidente. Não houve discussão sobre preços, prazos ou condições de financiamento, por uma razão elementar: não existiu pagamento — ao menos não da maneira convencional.
“Ficou acertado com Vaccari que esse apartamento seria abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta de propinas em obras da OAS na Petrobras”, teria dito Pinheiro.
A defesa do ex-presidente alega que as acusações de corrupção contra Lula não têm fundamento, e que em 2005 Lula assinou uma proposta para comprar uma unidade no edifício — qualquer unidade, e não especificamente um tríplex.
Mas segundo Veja, em uma busca autorizada pela Justiça, os investigadores da Lava Jato apreenderam na casa do ex-presidente o documento da “proposta de adesão”, um dos campos estava totalmente rabiscado e o número da unidade adquirida havia sido alterado, passando de “174 para 141”, o que transformaria o tríplex em uma unidade convencional.
O juiz Sergio Moro requisitou uma perícia.