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MEIO AMBIENTE

Sistema CNA/SENAR representa setor agropecuário brasileiro na Conferência de Mudanças Climáticas


Por: CliC101 | Ascom CNA
Publicado em 05/12/2018 08:34

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O Sistema CNA/Senar participa a partir de hoje (3) da 24ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP24), em Katowice, na Polônia, para mostrar as experiências bem-sucedidas que comprovam o compromisso do setor agropecuário brasileiro com as metas voluntárias de redução das emissões de gases de efeito estufa.

 

Imagem: Divulgação

 

Representantes de diversos setores da economia mundial estarão reunidos durante 12 dias para debater os avanços em torno do acordo global de mudança do clima, o Acordo de Paris, que vai passar a vigorar a partir de 2020.

 

Em entrevista, o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Muni Lourenço Silva Júnior, explica como será a participação do Sistema CNA/Senar no evento.

 

Foto: Muni Lourenço Silva Júnior / CNA

Qual a importância do Sistema CNA participar de um evento como a COP24?

É extremamente relevante para o setor agropecuário brasileiro e, consequentemente para a CNA, como sua entidade representativa máxima, participar da COP24, principal fórum mundial voltado para a questão ambiental e climática, afinal, indiscutível a vinculação entre produção e sustentabilidade ambiental. O setor produtivo rural de nosso país precisa participar dos debates sobre as metas do Acordo de Paris, pois essa é uma agenda que pressupõe a oitiva da iniciativa privada e não só de governo. Além disso, é fundamental para os legítimos interesses da produção de alimentos brasileira o acompanhamento e a interlocução da CNA com a diplomacia nacional no âmbito das negociações de alto nível que ocorrerão durante a COP24.

O que o Sistema pretende mostrar para o mundo durante o evento?

O Sistema CNA terá na COP24 uma atuação propositiva e com protagonismo à altura do que representa o nosso setor rural para o Brasil e para o mundo. Hoje a produção de alimentos brasileira é fundamental para a segurança alimentar de 1,2 bilhão de seres humanos, isso a partir de uma agropecuária verticalizada e em harmonia com a sustentabilidade ambiental, afinal, o país conseguiu se tornar uma potência agrícola baseada em aumento de produtividade e poupando áreas nativas.

Mostraremos ao mundo as ações concretas lideradas pelo Sistema CNA de conciliação entre produção agropecuária e sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, o Sistema participará ativamente do Estande Brasil, espaço oficial do país na COP24, mostrando os resultados da parceria da CNA com a Embrapa nos seis biomas brasileiros visando à inserção das árvores para a sustentabilidade ambiental e econômica da propriedade rural e orientação técnica sobre recuperação de passivo ambiental, no âmbito do Projeto Biomas.

Além disso, o Senar estará expondo excelentes projetos, como os resultados do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas da Amazônia PRADAM, o Projeto de Agricultura de Baixo Carbono ABC Cerrado. O Sistema CNA também protagonizará uma relevante atuação na COP coordenando uma reunião com entidades de produtores rurais de vários países sobre produção agropecuária e sustentabilidade, somando-se à participação da CNA em painéis e mesas redondas da programação oficial do Estande Brasil na COP 24.

O que o produtor rural brasileiro tem feito para conservar o meio ambiente?

O produtor rural brasileiro vem provando que não há contradição ou antagonismo entre produzir alimentos e sustentabilidade ambiental. Nosso país chegou ao patamar de potência mundial agropecuária utilizando pouco mais de 30% de seu território, mantendo preservados 66,3% de sua vegetação nativa. Ele preserva em suas propriedades rurais mais de 25% do território brasileiro, atendendo a legislação ambiental mais rigorosa do mundo. O produtor sabe de sua responsabilidade na produção de alimentos para a população brasileira e mundial e na preservação ambiental e vem investindo intensamente para cada vez mais para aumentar a produção e a produtividade sem impactos ao meio ambiente.

Na sua avaliação, como as mudanças climáticas podem afetar a produção de alimentos no mundo?

A agropecuária é uma atividade altamente dependente de fatores climáticos, por isso, a mudança no clima pode afetar e causar prejuízos à produção de alimentos brasileira de várias formas. O produtor brasileiro está fazendo sua parte para evitar a ocorrência de mudanças climáticas, esperamos que os outros países, principalmente as nações mais desenvolvidas economicamente, possam efetivamente contribuir para que esses cenários não venham a ocorrer.

Como o setor agropecuário está contribuindo com a redução dos gases de efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento global?

O Brasil está alcançando as metas das Contribuições Nacionalmente Determinadas - NDC's, boa parte fruto da contribuição do setor rural, tanto em termos de redução do desmatamento quanto na diminuição de emissões de gases de efeito estufa. É vital mostrarmos isso para o mundo na COP24 para superar as narrativas equivocadas que partem de premissas infundadas e formam conclusões negativas da relação entre produção rural e meio ambiente no Brasil.

A produção rural brasileira se intensificou, através de tecnologias desenvolvidas por instituições como a Embrapa, fator que se somou à força e ao talento do produtor rural brasileiro. Um dado importante é que se comparada à safra brasileira de grãos do ano de 1972 com a produzida em 2016, a área cultivada aumentou 80% e a produção, mais de 500%, o que faz concluir que para produzir a safra atual com a produtividade de 1972 seriam necessários mais 100 milhões de hectares de novas áreas. Há de se destacar igualmente a expansão do Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta- ILPF, adotado em mais de 11,5 milhões de hectares no Brasil. A pecuária brasileira vem evoluindo tecnologicamente em conjunto com a ILPF e permitiu, por exemplo, atingirmos a meta voluntária do Acordo de Paris antes do prazo, o sequestro de 35 bilhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2e).

Qual sua expectativa em relação aos resultados da COP24?

Estamos confiantes de uma participação ativa e bem sucedida do Sistema CNA na COP24, principalmente para que os posicionamentos da agropecuária brasileira e os projetos de sustentabilidade coordenados pelo Sistema sirvam de referencial para a opinião pública e autoridades mundiais do compromisso do produtor rural do Brasil com o meio ambiente. Além disso, esperamos, sobretudo, que a COP24 proporcione avanços significativos na concretização do chamado Diálogo Facilitador, destinado a apoiar a implementação dos compromissos nacionais previstos no Acordo de Paris, e que da COP24 decorra a finalização das regras detalhadas sobre a implementação do Acordo de Paris.








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