Hoje, quarta-feira (21), começa o inverno no hemisfério sul trazendo todos os tipos de mudanças: climáticas, sociais e de hábito. A estação, como sempre, chega com a necessidade de precaução, com o aumento de doenças gripais e transtornos com chuvas, no entanto este ano será atípica e não tão fria como de costume: preocupação maior fica por conta do fenômeno El Niño que se iniciou no começo de junho e costuma elevar a temperatura, causando secas no Norte e Nordeste do país. Salvador e Bahia também são afetadas.
O fenômeno meteorológico é mais comum nas regiões mais equatoriais e embora reduza as chuvas, não diminui os transtornos causados por elas. Apesar de ser global, atua de forma diferente em diversas regiões e por isso mesmo tornará o inverno mais ameno, com temperatura menos fria, uma vez que deixa o ar mais seco e impede frentes frias de avançarem.
Na Bahia, por exemplo, o impacto do El Niño vai ser por regiões, o que deve também levar preocupação para fazendeiros, agricultores e quem depende de um solo úmido e de chuva para manter suas produções: a seca é prevista no norte do estado e deve se intensificar ainda mais até o final do ano.
De Acordo com o meteorologista da Coordenadoria de Defesa Civil (Codesal) e doutorando do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Laurízio Alves, a região mais ao Sul pode sofrer influência como se fosse Sudeste “Mas em geral, na Bahia temos incidência de queimadas, ou seja, de secas”, diz.
Já na capital baiana, a previsão de chuvas está abaixo da média de anos anteriores nos meses de julho, agosto e setembro. Isso, entretanto, não afasta os transtornos. Para o mês de julho a previsão é de 194 milímetros, agosto 129,7 milímetros e em setembro 88,3 milímetros.
“Embora abaixo da média, pode ser que em um dia chova mais de 50% do previsto para o mês inteiro, então, as mesmas precauções precisam ser tomadas em áreas com risco de deslizamento, desabamento e regiões com possibilidade de alagamentos”, explica.
Segundo o especialista, a Codesal continua fazendo vistorias nas regiões de risco e orienta a população a permanecer atenta a pontos de deslizamentos, principalmente que moram próximos a encostas, além de verificar rachaduras e infiltrações. “O fenômeno El Nino é global, mas atua de forma diferente em diversas regiões”, acrescentou.
O Doutorando do INSP afirma, ainda, que a tendência de redução das chuvas no Nordeste foi confirmada pela Nasa, enquanto no Sul e Sudeste a previsão é de bastante chuva e temperatura baixa.
Apesar dessas mudanças climáticas, os hábitos devem permanecer: se preocupar com a saúde, manter a imunidade alta e consumir alimentos com vitaminas C que protegem das doenças gripais. Apesar das chuvas reduzidas na capital, os dias continuarão nublados. Segundo a meteorologista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), estão previstas fortes ventanias. A temperatura vai manter uma normalidade nas primeiras semanas, até ficar mais quente com a chegada da primavera, segundo ela informa.
