Pesquisadores americanos descobriram uma nova espécie de sapos entre os remanescentes de Mata Atlântica e plantações de coco na reserva de Sooretama, entre o Rio Doce e o Rio Mucuri.
Na nova espécie, batizada de Chiasmocleis quilombola, em homenagem às comunidades quilombolas ainda existentes naquela região, os machos possuem comprimento de cerca de 14 milímetros e as fêmeas 17,1 milímetros.
Os exemplares do sapo avaliados na pesquisa foram coletados em armadilhas na Floresta Nacional do Rio Preto e no Parque Estadual de Itaúnas, município de Conceição da Barra, sul da Bahia; na Reserva Biológica (Rebio) Córrego do Veado, em Pinheiros, na Rebio de Sooretama e em plantações de coco no povoado de Povoação, em Linhares, no Espírito Santo.
Anteriormente, exemplares dessa espécie tinham sido erroneamente identificados como das espécies Chiasmocleis lacrimae e Chiasmocleis capixaba. A pesquisa partiu do princípio de que muitos exemplares de sapos reunidos como sendo da mesma espécie, com base apenas na morfologia dos animais, pertenciam, na realidade, a espécies variadas.
Devido à semelhança entre os animais, essa distinção só é possível com análises moleculares, que avaliam o DNA.
"Estávamos intrigados pela variação morfológica desses sapos, que é pequena, mas depois dos primeiros resultados das filogenias moleculares, ficou clara a grande disparidade genética entre eles", diz o pesquisador João Tonini, um dos autores da pesquisa e aluno de doutorado da Universidade George Washington.
O gênero Chiasmocleis reúne 29 espécies de anfíbios distribuídos pela Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado.
Fonte: Século Diário