Nos últimos dias, a disputa APLB/sindicato e prefeito Luciano Francisqueto no assunto precatório, ainda que tenha passado, vale uma reflexão em relação às declarações das partes em veículos de comunicação da região.
Ponto 1
Diante das tais declarações dadas, é perceptível uma certa incoerência entre elas. A assessoria jurídica do prefeito, o assessor especial e o próprio prefeito não estariam falando a mesma língua em algumas questões.
Ponto 2
Na relação APLB e prefeito, assim como dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, também não dá pra existir duas verdades, ou seja, há um pinóquio nessa história.
Dia 13 de junho, véspera do aniversário da cidade, os professores decretaram greve e esta foi suspensa no dia 16, após reunião entre representantes dos educadores e o prefeito. Especificamente sobre o precatório, o que saiu da reunião, segundo a APLB e comissão, foi que o próprio prefeito teria solicitado que o presidente da APLB marcasse audiência com o Juiz afim de iniciar conversas sobre acordo. A reunião foi marcada, mas o prefeito simplesmente não compareceu. O motivo do não comparecimento do prefeito é onde se encontram as inconsistências.
O que disse o Assessor Jurídico
Em entrevista ao site Radar 64 em 03/07, o advogado Antônio Pitanga disse que o prefeito não compareceu e não comparecerá a nenhuma reunião que trate de acordo sobre a verba do precatório.
O que disse o Assessor Especial
Já o assessor especial do prefeito, Pastor Taylan, em entrevista ao Jornal da Pataxós, também em 03/07, disse que ele teria marcado a reunião em que o prefeito recebeu a categoria, e ainda, que orientou o prefeito a comparecer à reunião com o Juiz, mas que não teria sido possível. Taylan ainda disse: “... o prefeito continua aberto ao diálogo, dizer a classe e a população que o prefeito não fechou as portas para o diálogo e que o prefeito ainda está disponível e disposto a conversar com o Juiz né, assim que a APLB quiser marcar uma outra data o prefeito está a disposição [...]” SIC.
O que disse o prefeito Luciano
Em entrevista ao Jornal da Pataxós dia 12/07, o Prefeito Luciano disse que não pôde comparecer porque teria ido receber máquinas agrícolas do CONDESC em Salvador. Disse ainda que não marcou reunião alguma e quem marcou com o Juiz foi APLB. Realmente, nos stories do instagram foi postada uma foto do prefeito recebendo as máquinas, mas isso foi um dia antes (26/6) da reunião que foi marcada para o dia 27/06.
Nos bastidores, nossa reportagem tomou conhecimento que em meio a uma assembleia o executivo teria mandado uma ATA da tal reunião no dia 16/07 para que o coordenador da APLB assinasse, mas ele teria recusado assinar sem ler, e após a leitura viu que não constava na ata o pedido do prefeito sobre a reunião com o Juiz.
E agora, fica com a comunidade a tarefa de escolher o pinóquio da história. A comissão e direção da APLB, ou o Executivo e suas assessorias desencontradas?
AGORA É COM O JUIZ
O fato é que o Juiz Dr. Roberto Freitas, tendo contestado as alegações apresentadas pela Procuradoria Municipal e considerando a “beligerância notória entre a classe dos professores e o chefe do Executivo” e “com intuito de buscar a paz social que está abalada na cidade”, designou uma tentativa de conciliação entre as partes para esta quarta-feira (18/07) às 11h00 no Fórum da cidade de Itabela.
E agora? Entre a cruz e a espada, a quem escutar?
Qual assessor o prefeito vai ouvir? Taylan, que disse que ele estava aberto para outra reunião, ou o Assessor Jurídico Pintanga, que disse que ele não comparecerá a nenhuma reunião sobre acordo voltado ao precatório?