O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirma que será uma "insanidade" proibir integrantes do Ministério Público de participar de investigações criminais. "Num país em que a impunidade é imensa e a corrupção grassa por todos os lados, querer concentrar o poder investigatório numa instituição (polícia), não há outra palavra, é uma loucura, é uma insanidade", disse.
Autoridade máxima do Ministério Público, o procurador-geral é contra a proposta de emenda constitucional em tramitação no Congresso que concentra a atividade investigatória nas polícias civil e federal. Para Gurgel, o ideal é que o maior número possível de instituições do Estado possa investigar.
"É preciso que a polícia continue investigando, que o Ministério Público investigue, o Banco Central, a Receita Federal, a Previdência Social, a Controladoria-Geral da União. Enfim, que as instituições atuem em regime de cooperação, com o objetivo maior de minimizar esse mal terrível que é a corrupção e essa realidade, também terrível, que é a impunidade", afirmou o procurador.