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BANCADA EM NOME DO PAI

Muitos candidatos vão se eleger sem ter nenhuma militância política, diz advogado Ademir Ismerim


Por: CliC101 | Informações: BNews
Publicado em 10/09/2018 11:29

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Durante bate-papo com jornalistas baianos do site Bocão News em Salvador, o advogado Ademir Ismerim, um dos mais destacados especialistas em direito eleitoral, teceu comentários relevantes especialmente diante do momento atual, embora seja patente que as considerações do especialista bolem diretamente com os brios, os interesses, o corporativismo, o culto à personalidade ao invés de cultuar a educação, o feudalismo e o jogo de interesses da classe político em geral, salvo algumas raras excessões.

 

Confira trechos do que disse Ismerim:

 

Bancada em nome do pai

 

“Muito difícil que alguém dispute uma eleição sem ser conhecido”;

 

“Tem a bancada ´em nome do pai`; muitos filhos, netos, sobrinhos, vão se eleger sem ter nenhuma militância política, simplemente por conta do sobrenome”.

 

Regras eleitorais

 

“Deputados e senadores deveriam obedecer a mesma regra de prefeitos, que só podem se reeleger uma vez”;

 

“O Congresso ´deu um golpe na sociedade`quando aprovou uma lei extremamente restritiva para beneficiar os mesmos; eles próprios vão se reeleger”;

 

“A regra para eleger deputado deveria ser a mesma regra de prefeito; o prefeito, o governador, só pode se reeleger uma vez; depois quando ele se reelege, nenhum parente dele pode sucedê-lo; porque aí teria uma oxigenação”.

 

Feudalismo político

 

“Existem 27 famílias no Brasil que têm representação no Senado e na Câmara; isso é muito ruim para a democracia; Isso não é renovação; isso é feudalismo político;

 

“Não vai se fazer uma boa legislação com esses deputados que estão aí, porque na verdade eles estão se protejendo; quando eles fazem uma lei, é ruim para os outros e ruim para a própria democracia, pois termina se elegendo deputados que não participaram de debates, simplesmente porque têm um curral aqui e outro ali, articulação com prefeitos; têm deputados que não produzem absolutamente nada, vivem de emendas mandadas para os prefeitos, para os municípios, e em troca recebem votos”.

 

Reforma política

 

“Para se fazer uma reforma política completa, um novo Código Eleitoral, uma nova lei de eleição, tinha que fazer uma Constituinte específica, uma coisa nova, diminuir o número de representantes por Estado, não uma coisa que fosse no Congresso, para durar quatro anos”;

 

“Deputados podem disputar mandato executivo; geralmente um terço deles, sem qualquer chance de perder o mandato legislativo; se perderem a eleição para o executivo, continuam senadores ou deputados”.

 

Mudanças para as próximas eleições

 

“Com a cláusula de barreira os partidos vão ter que conseguir 1,5% dos votos distribuidos em pelo menos 9 estados; dos atuais 35 partidos existentes, alguns devem ser banidos”;

 

“A coligação só vai poder ser feita nas chapas majoritárias, proporcional não vai mais poder ser feita”;

 

Culto à personalidade

 

“Ao invés de cultuar a personalidade, cultuar a educação”;

 

“O direito é uma chícara; o Juiz bota a asa do lado que quer, mas de acordo com a lei”.








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