Iniciada a três meses, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga empréstimos do BNDES a Cuba, Venezuela, Moçambique e outros países, aponta indícios de falhas do banco no financiamento durante os governos petistas.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, alguns destaques são a ausência de critérios para rebaixamento de risco antes de conceder o crédito e a falta de auditoria do país para fiscalizar a aplicação do dinheiro emprestado.
Na CPI, técnicos investigam a atuação de cinco núcleos que seriam responsáveis por facilitar a liberação dos empréstimos a países aliados. De acordo com a publicação, os membros da comissão apuraram que integrantes dos governos do PT pressionavam órgãos que deveriam avaliar a viabilidade das transações a rebaixar os riscos das operações para o Tesouro, que era o fiador final. O jornal afirma que isso ocorria, principalmente, na Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e no Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig).
Depois disso, outro núcleo entrava em campo: o grupo das empreiteiras. Elas garantiam a aprovação do empréstimo "sem entraves", com apoio de membros do primeiro escalão do governo. Em troca, elas distribuíam propina aos partidos da base governista e a países aliados - só a Odebrecht admitiu o pagamento de US$ 788 milhões no exterior, lembra a publicação. Em resposta, o BNDES disse que está à disposição dos parlamentares para prestar as informações exigidas.