No dinamismo da política, detalhes às vezes pouco perceptíveis podem significar passos importantes nas definições de candidatos e no futuro dos postulantes a cargos eletivos nas próximas eleições municipais.
Em Itabela, no último final de semana, políticos, figuras carimbadas e pré-candidatos a prefeito desfilaram com desenvoltura nas câmeras e microfones de lives alusivas aos 31 anos de emancipação política do município.
Sem entrar no detalhe de estruturas técnicas e artísticas disponibilizadas pelos realizadores, apoiadores e patrocinadores dos eventos, a criatividade e motivação do Força Jovem mandou o seu recado com garra e determinação, usando os meios ao seu alcance, prestigiando a chamada “prata da casa”, mas nem por isso com menos valor e brilho.
Outra parte, com maior potencial tecnológico, recursos de mídia, equipes profissionais envolvidas no projeto, artistas de maior destaque regional, levou muitas horas de entretenimento e informação ao público.
Mas o que chamou atenção, no aspecto político, foi a live independente de um vereador no domingo à tarde, que trouxe aos microfones e câmeras um empresário, ex-deputado e ex-prefeito de Itabela, cujas declarações foram diretas ao dizer que não ficará de fora do processo político do município, e o lado escolhido por ele, embora não declarado oficialmente, ficou muito claro para quem quer que entenda o mínimo das artimanhas da política, ainda mais quando confirmada a aliança com um também ex-prefeito esposo de uma ex-vereadora e ex-candidata a prefeita na eleição anterior, união que muitos poderiam considerar difícil ou impossível, como se entre políticos profissionais isso fosse uma regra, quando não se trata sequer de uma exceção.
Na política não existe inimigo, existe adversário. O adversário de hoje pode ser um importante aliado de amanhã, foram palavras ouvidas durante a fala do entrevistado na live do vereador.
Ninguém, de sã consciência, pode achar que esse ou aquele pré-candidato já teria como favas contadas o sucesso na eleição, porque muita coisa ainda pode acontecer, inclusive nada, de hoje até a eleição, que ainda nem se sabe quando vai ser realizada, e ainda mais em uma campanha atípica, de formato e cenário inteiramente diferentes dos tradicionais palanques, tapinhas nas costas, entra e sai nas casas dos eleitores, e como diria nosso velho pai, de “beber no copo babado”.
Fora da política, alguns fatos e imagens chamaram atenção nas lives do final de semana, fugindo das recomendações dos órgãos de saúde: pessoas com menos de 1 metro de distância e sem máscara; troca-troca de microfones entre participantes e até entre apresentador e participante; vereador chorando sem lágrimas e passando a mão nos olhos; cantor emocionado com a novidade de estar se vendo nas telinhas e se queixando de “um branco”, esquecendo o que iria cantar; e uma tal música da “perereca” com artista exibindo gestos e insinuações nada recomendáveis e em horário que crianças poderiam se encontrar diante das telinhas de celulares e TVs no seu isolamento social.
